
Na Sessão Solene evocativa do Dia da Região Autónoma dos Açores, realizada na manhã desta segunda-feira no Auditório do Ramo Grande, na Praia da Vitória, o deputado da Representação Parlamentar do PPM/Açores, João Mendonça, proferiu um discurso marcado por um apelo à dignidade na política e à valorização dos princípios de partilha, fraternidade e esperança.
Dirigindo-se às altas entidades regionais, nacionais e eclesiásticas presentes, bem como aos açorianos espalhados pelo mundo, o deputado destacou a simbologia do Dia dos Açores, que coincide com a celebração do Espírito Santo — “a única festa do mundo cristão onde o poder é dado aos humildes” — como expressão da identidade profunda e solidária do povo açoriano.
Num tom simultaneamente crítico e esperançoso, Paulo Estêvão alertou para os “tempos sombrios” vividos na esfera política, onde “a mentira corre mais veloz do que a verdade” e “a raiva é vendida como coragem”. Perante este cenário, o parlamentar reafirmou o compromisso do PPM com uma política orientada por valores humanistas, rejeitando “a política do castigo”, o “olho por olho” e o “ódio”, em favor do amor, da justiça e da solidariedade.
“O amor é o princípio de toda a política decente”, afirmou, evocando pensadores como Santo Agostinho, Martin Luther King e o Cardeal José Tolentino Mendonça, cujo pensamento serviu de alicerce moral ao discurso. Sublinhou ainda que “a bondade é revolucionária” e que os Açores devem continuar a ser “um farol de valores num mundo cada vez mais escuro”.
O deputado insular enalteceu ainda a evolução do papel dos Açores no cenário global, afirmando que o arquipélago “já não é apenas um ponto estratégico no Atlântico”, mas sim “um lugar de encontro, um refúgio, um espaço de esperança”, onde “ninguém é estrangeiro no coração dos outros”.
A intervenção terminou com um tributo emocionado ao espírito resiliente do povo açoriano, que, segundo disse, “venceu a fome com partilha, a distância com afeto e o medo com fé”, reiterando que nos Açores “a coroa é do povo” e que “todos têm lugar à mesa”.
Com uma mensagem de forte carga simbólica e ética, o discurso do deputado do PPM destacou-se como um apelo à regeneração da vida política e à afirmação de uma Açorianidade solidária e luminosa.
“Viva o Espírito Santo. Viva o Povo dos Açores”, vincou.
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