DIA DOS AÇORES: CHEGA CRITICA FALTA DE RESULTADOS DA AUTONOMIA E APELA A REFORMAS ESTRUTURAIS

O deputado do Grupo Parlamentar do Chega/Açores, José Pacheco, defendeu esta manhã, durante a Sessão Solene evocativa do Dia da Região Autónoma dos Açores, uma mudança urgente de rumo na governação regional, alertando para a persistência de elevados níveis de pobreza e falta de oportunidades no arquipélago, apesar de quase meio século de Autonomia e de “milhões de euros em fundos europeus”.

A cerimónia decorreu no Auditório do Ramo Grande, na cidade da Praia da Vitória, reunindo os principais representantes das instituições regionais, nacionais e eclesiásticas. No seu discurso, José Pacheco realçou que o Dia dos Açores é mais do que uma celebração geográfica: “É uma celebração da nossa identidade, da nossa forma de estar, de resistir e de sonhar”.

O parlamentar do Chega evocou figuras históricas, nomeadamente o Padre João Caetano Flores, como exemplo de liderança transformadora nas comunidades açorianas, e prestou homenagem ao “bom povo açoriano”, destacando a sua capacidade de resiliência perante adversidades naturais e sociais.

No entanto, foi com um tom crítico que José Pacheco abordou os efeitos da Autonomia: “Já lá vão 49 anos desde que conquistámos a nossa autonomia, e os Açorianos perguntam, e com razão: valeu a pena?”. Apontou o facto de os Açores continuarem a ser “a segunda região mais pobre do país”, apesar dos apoios financeiros recebidos, e considerou que “algo está profundamente errado” na condução dos destinos da Região.

Para o deputado, só uma mudança profunda permitirá inverter esta realidade. Defendeu a realização de reformas estruturais, a construção de uma economia “mais livre, mais competitiva e mais aberta à inovação e ao investimento”, e a redução do peso da despesa pública que “drena o orçamento regional”. A alternativa, alertou, será continuar a ser “uma terra sem oportunidades para os nossos jovens, uma terra sem futuro”.

Apesar da crítica, José Pacheco reforçou uma mensagem de esperança e confiança no povo açoriano, valorizando a fé, a cultura, o trabalho e a solidariedade como pilares da identidade regional. “A esperança não é uma opção: é um modo de existir”, afirmou, sublinhando que “a felicidade não é um acaso, é uma construção diária, coletiva, partilhada”.

O discurso terminou com um apelo à união e à valorização do legado açoriano: “Enquanto houver Açores, haverá esperança. E onde houver esperança, florescerá a felicidade.”

“Viva os Açores, viva o Divino Espírito Santo, viva o nosso bom povo!”, concluiu.

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