
O Vice-Presidente do Governo Regional dos Açores, Artur Lima, participou esta terça-feira, em Nice (França), na sessão “Ligar o Conhecimento à Ação: Ciência Inclusiva para um Futuro Oceânico Sustentável”, no âmbito do One Ocean One Science Congress, evento preparatório para a Conferência dos Oceanos das Nações Unidas 2025.
Na qualidade de decisor político, Artur Lima destacou o papel estratégico do mar para o desenvolvimento sustentado da Região Autónoma dos Açores, sublinhando que o oceano “é a autoestrada de ligação e transporte de bens e pessoas para, e entre as nove ilhas”. A participação do governante foi divulgada através de nota de imprensa da Vice-Presidência do Governo Regional.
Na sua intervenção, o Vice-Presidente referiu que a condição ultraperiférica dos Açores representa “desafios sociais e económicos consideráveis”, também sentidos no domínio científico. “Alavancar o ecossistema de inovação e investigação dos Açores significa ultrapassar barreiras distintas, mesmo considerando o mundo interconectado atual”, afirmou.
Artur Lima salientou o reconhecimento internacional que os Açores têm vindo a conquistar, fruto das políticas e investimentos na área do mar. “O mar é, há muito tempo, fonte de riqueza, através da atividade da pesca ou, mais recentemente, a partir do conhecimento”, frisou.
Sobre os desafios enfrentados por investigadores em início de carreira na Região, o governante lembrou as medidas promovidas pelo executivo, nomeadamente o reforço do programa de doutoramentos: “abrimos mais concursos, aumentámos a sua previsibilidade, atualizámos o valor das bolsas”.
A necessidade de atrair e reter capital humano altamente qualificado foi outro dos pontos destacados. “Os Açores perdem cerca de mil habitantes por ano, sendo extremamente importante atrair e reter capital humano”, alertou. Nos últimos quatro anos, a Região investiu “cerca de 5,5 milhões de euros em projetos de investigação”, estando previstos mais cinco milhões de euros, dos quais cerca de um milhão será dedicado a projetos liderados por jovens investigadores.
O Vice-Presidente destacou ainda infraestruturas em curso, como o MARTEC — Parque de Ciência e Tecnologia em construção na ilha do Faial —, a futura Zona Livre Tecnológica (ZLT) também prevista para a mesma ilha, e um novo navio de investigação para exploração do fundo oceânico.
No encerramento da sessão, Artur Lima defendeu uma abordagem colaborativa entre ciência, sociedade e política. “Todas as partes têm de ter noção das suas valências e limitações, e desta interação deve resultar uma relação de simbiose. A ciência deverá ser sempre desenvolvida com propósito”, concluiu.
O painel foi moderado por Elisabetta Balzi, da Direção-Geral de Investigação e Inovação da Comissão Europeia, e por Sieglinde Gruber, especialista sénior da mesma instituição. O One Ocean One Science Congress insere-se nas iniciativas que preparam a Conferência dos Oceanos da ONU, agendada para 2025.
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