O Vice-Presidente do Governo Regional dos Açores, Artur Lima, presidiu quarta-feira, 28 de maio, à sessão de abertura da S3 SUMMIT: Smart Specialisation Strategy, que decorre até hoje em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel. A iniciativa, organizada pela Direção Regional da Ciência, Inovação e Desenvolvimento, tem como objectivo promover e aprofundar a Estratégia de Especialização Inteligente da Região Autónoma dos Açores (RSI3).

Segundo nota de imprensa divulgada pela Vice-Presidência do Governo, Artur Lima destacou a centralidade da ciência e da tecnologia no desenvolvimento regional. “Nos Açores, como no mundo, a ciência e a tecnologia são centrais para o seu desenvolvimento”, afirmou, sublinhando que o Governo está a “alavancar não só as vantagens competitivas” da Região, mas também a apostar “no desenvolvimento em áreas com potencial acrescido e estratégico”.

O Vice-Presidente enfatizou o papel crucial da investigação e inovação na resposta aos desafios europeus, defendendo que o percurso de sucesso das regiões depende da valorização das soluções locais. “É este o caminho que nos permite potenciar as nossas capacidades e características, e ao mesmo tempo reduzir vulnerabilidades identificadas”, frisou.

REGIÃO COMO ATOR EUROPEU

Artur Lima defendeu ainda que a posição geográfica dos Açores deve ter um peso estratégico na definição de novas prioridades europeias. “As assimetrias da ultraperiferia são ponto de partida para traçar novas geometrias que marcam o nosso posicionamento como Região-chave para o investimento estratégico no Atlântico”, afirmou.

Em 2024, os Açores foram reconhecidos pela Comissão Europeia como Vale Regional de Inovação, tendo sido convidados a integrar a Ação Preparatória Europeia para a Inovação Transformativa, coordenada pelo Joint Research Centre. Além disso, o Parlamento Europeu aprovou a instalação de um Observatório Europeu do Mar Profundo nos Açores — reconhecimento da importância crescente da Região no contexto científico europeu.

“Os Açores têm presença no mercado europeu de ideias”, sublinhou o governante, reiterando o compromisso do Executivo com a valorização da ciência e da inovação.

APOIO À UNIVERSIDADE E ÀS IDEIAS DOS AÇORIANOS

A estratégia regional inclui investimentos em parques tecnológicos e na própria Universidade dos Açores, com particular enfoque na sua tripolaridade. Segundo Artur Lima, o apoio financeiro à tripolaridade universitária aumentou de 350 mil para 950 mil euros, e já foram investidos cerca de 5,5 milhões de euros em projectos no âmbito do programa AÇORES2030, estando ainda mais de cinco milhões de euros em fase de pré-aprovação.

A par desta aposta estrutural, o Governo está a incentivar a formação avançada através da atribuição de bolsas de doutoramento, que registaram uma atualização de valores na ordem dos 10%.

CRÍTICAS À FLAD

Durante a sua intervenção, o Vice-Presidente dirigiu críticas à Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD), acusando-a de não cumprir as suas responsabilidades para com os Açores. “Uma dessas instituições chama-se FLAD, que acha que presta um grande serviço aos Açores. Nada mais errado”, declarou. Artur Lima insistiu que “a FLAD pode e deve colaborar, não é ajudar, é colaborar”, e sublinhou que a fundação “existe devido ao Acordo da Base das Lajes”.

Classificou como “maldade ou má-fé” qualquer tentativa de negar essa origem e concluiu: “Esta é uma instituição rica, que deve investir nos Açores e em particular na sua universidade. Esse é o seu dever, a sua obrigação.”

CONSELHO DE ESPECIALIZAÇÃO ESTRATÉGICA REÚNE EM PONTA DELGADA

No mesmo dia, decorreu a reunião do Conselho de Especialização Estratégica, que junta representantes do Governo Regional, da Universidade dos Açores e de outras entidades do ecossistema de inovação açoriano. A sessão contou com a presença de Sofia Moreira de Sousa, Representante da Comissão Europeia em Portugal, que apresentou conclusões regionais do Relatório Draghi e da Bússola para a Competitividade da UE.

A S3 SUMMIT prossegue até sexta-feira, reunindo decisores, académicos e agentes de inovação para delinear estratégias de desenvolvimento baseadas na inteligência regional, reforçando a posição dos Açores como plataforma de conhecimento e inovação no Atlântico.

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