UNIVERSIDADE DE COIMBRA PRODUZ RADIOFÁRMACO PIONEIRO PARA DIAGNÓSTICO DA DOENÇA DE ALZHEIMER

A Universidade de Coimbra (UC) anunciou que vai iniciar a produção de um radiofármaco inovador que permite detetar agregados da proteína Tau no cérebro, uma ferramenta diagnóstica até agora indisponível em Portugal e que promete revolucionar a forma como a doença de Alzheimer é avaliada no país.

Segundo uma nota de imprensa divulgada pela UC na última quinta-feira, o novo radiofármaco será utilizado em exames de Tomografia por Emissão de Positrões (PET), realizados no Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde (ICNAS). A produção ficará a cargo da ICNAS Pharma, empresa da universidade especializada no desenvolvimento de medicamentos radiofarmacêuticos.

Ao contrário dos métodos tradicionais, que recorrem à deteção da proteína amiloide beta – útil no diagnóstico precoce, mas com fraca correlação com a gravidade clínica da doença – o novo radiofármaco centra-se na identificação da proteína Tau, cujos agregados estão presentes em todos os doentes com Alzheimer. Esta característica permite, de acordo com o diretor do ICNAS, Antero Abrunhosa, “um diagnóstico mais preciso e o estadiamento da doença, relacionando-se com a sua gravidade e progressão”.

O processo de desenvolvimento do radiofármaco levou dois anos e poderá também abrir caminho a novas abordagens terapêuticas. “Estes estudos podem ajudar a desenvolver uma nova geração de fármacos que visem reduzir a acumulação da proteína Tau, podendo vir a contribuir para melhorar a condição dos doentes com Alzheimer”, afirmou Abrunhosa na mesma nota.

Com um histórico pioneiro na produção de radiofármacos em Portugal desde 2012, a ICNAS Pharma já colocou no mercado nacional sete medicamentos deste tipo e produziu mais de 300 mil doses. A empresa encontra-se atualmente em fase de expansão para cinco países europeus e para o Brasil.

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