
Quanto mais próximas estavam as eleições do dia 18 de Maio para a Assembleia da República, mais pessoas se apercebiam da anunciada derrota do Partido Socialista, conduzido pela vaidade e inabilidade política de Pedro Nuno Santos, mal aconselhado pelos que estavam à sua volta, nomeadamente para surpresa de muitos, o Presidente do partido, Carlos César…
PNS enquanto se devia preocupar com os problemas do país, não resolvidos pela AD, escolheu regozijar-se com os pecadinhos do seu principal rival Montenegro e do Ventura, esquecendo que este habilidosamente, puxando-lhe o tapete, havia de o escancarar no chão, acusado de pecado mortal…
Enquanto isso, Montenegro não atingiu o seu objetivo de conseguir uma vitória de estabilidade como ele tanto pedia aos eleitores durante a campanha eleitoral. No entanto ganhou, embora continue INSTÁVEL! Agora sujeito a trocar o “Não e Não” pelo “Sim e Sim”, graças àquele do qual se zombava, mas que acabava sendo o rei da festa, o ator principal de toda a novela, chamado de André Ventura… Muito possivelmente o próximo líder da oposição, com os esperados resultados da diáspora.
Quanto à esquerda mais radical, parece ter os dias contados, conseguindo milagrosamente, um lugarzinho na casa da democracia, onde se ganha e come muito bem e, até não se tem muito trabalho, nomeadamente para quem nunca fez outra coisa na vida…
PNS ao contrário de Francisco César, teve a louvável atitude de travar um forçoso sorriso, assumir a responsabilidade da derrota e convocar eleições internas. Ficou-lhe bem, embora se entenda, que não tinha outra alternativa. Por outro lado, Francisco César, afirma não ter necessidade pessoal de ser Presidente do partido, mas em consciência entende que deve continuar a liderar, nem que seja mesmo à distância de um click, entre Lisboa e a Região…
Vinte e seis anos depois, trocam-se os números entre os deputados eleitos pelos Açores para AR, deixando o Partido Socialista pela primeira vez em todo esse tempo, com apenas um deputado eleito, subindo a AD de dois para três. Pode parecer à primeira vista, ter sido por mérito da AD, quando na verdade não foi, uma vez que a mesma até teve menos cinco mil votos do que nas eleições anteriores. Foi sim, por demérito do próprio Partido Socialista, que insistentemente alinhou num projeto de ataques pessoais já demais gasto e não credível!
O CHEGA, grande vencedor destas eleições, tanto lá como cá, elege um deputado Terceirense, na minha perspetiva, não à custa da sua própria Ilha, mas sim, da Ilha do Arcanjo, onde o partido teve a maior votação, inclusive, vencendo em dois dos Concelhos de São Miguel…
A AD, a cargo de Bolieiro, ainda vai dominando no Centro do Arquipélago, menos nos extremos (Oriente e Ocidente) onde as coisas parecem não estar correndo muito bem… Que se ponha a pau, ou qualquer dia, acaba perdendo no campo todo!
Fernando Mendonça
