
O Chega dos Açores (CH/Açores) criticou ontem, em nota de imprensa, a ausência de soluções por parte do Governo Regional para os problemas estruturais que afectam o sector da construção civil e os transportes marítimos no arquipélago. As declarações surgem na sequência de uma reunião com a AICOPA – Associação dos Industriais de Construção Civil e Obras Públicas dos Açores.
Durante o encontro com a presidente da AICOPA, Alexandra Bragança, os candidatos do CH/Açores às eleições legislativas de domingo depararam-se, segundo o partido, com “problemas no sector que se têm vindo a agravar em vez de terem uma solução por parte do Governo”.
Francisco Lima, cabeça-de-lista pelo círculo dos Açores, apontou a falta de mão-de-obra como uma das principais dificuldades do sector, associando-a à existência de “incentivos perversos”. O candidato afirmou que “há muita gente que não quer trabalhar por estar a receber RSI, quando há tarefas neste sector para as quais não é precisa grande formação, mas as pessoas não querem porque recebem sem fazer nada”.
Lima denunciou ainda alegadas baixas médicas fraudulentas, a que se referiu como o “novo RSI”, e que seriam apresentadas “sempre que há uma discussão com o chefe ou não se concorda com uma mudança de horário”.
Outro dos temas abordados na reunião foi a burocracia estatal, que, segundo o CH/Açores, está a travar o avanço das obras públicas. “Sem projetos não se lançam obras. Os empresários têm uma angústia face ao futuro, se não vão ficar com falta de obras”, afirmou Francisco Lima, acrescentando que “o Estado é caloteiro, não paga a tempo e horas. Quando isso acontece é natural que os empreiteiros não tenham capacidade para continuar com as obras”.
Na mesma ocasião, o Chega voltou a denunciar irregularidades no sector dos transportes marítimos, com Francisco Lima a falar numa alegada “cartelização entre as empresas que prestam este serviço aqui nos Açores”. O candidato referiu ainda que os operadores “por vezes dizem que não têm contentores para enviar mercadoria”, o que leva a atrasos no fornecimento de materiais de construção e, consequentemente, na execução de obras.
“Apesar de todos estes problemas, as empresas que prestam este serviço de transporte marítimo nos Açores não investem, recebem quantias que se traduzem em lucros excessivos”, concluiu o candidato, defendendo por isso a abertura de um concurso público internacional para o sector.
A reunião contou ainda com a presença do líder regional do partido, José Pacheco, e dos restantes membros da lista candidata às eleições legislativas regionais marcadas para este domingo.
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