
O cabeça-de-lista da coligação PSD/CDS/PPM pelo círculo dos Açores às próximas legislativas, Paulo Moniz, manifestou-se “frontalmente contra os cortes de financiamento à investigação científica nos Açores”, considerando que a Universidade dos Açores deve ser alvo de uma “discriminação positiva” devido à sua realidade insular e arquipelágica.
As declarações foram proferidas em Ponta Delgada, no final de uma reunião com a Reitora da Universidade dos Açores, tendo o social-democrata sublinhado, segundo nota de imprensa divulgada pelo PSD/Açores na última semana, que “a Universidade dos Açores e a investigação científica, por razões da sua particularidade, da sua insularidade, das suas dificuldades resultantes destes fatores, tem que ser majorada e discriminada positivamente e nunca diminuída em apoios financeiros”.
Paulo Moniz defendeu que os critérios nacionais de atribuição de financiamento à ciência devem ser revistos no caso dos Açores, dada a “dimensão arquipelágica” e os desafios únicos da Região.
“Atrair e manter equipas, e ser competitivo, torna-se ainda mais desafiante nos Açores (…), portanto, na Região não devem ser aplicados os mesmos critérios”, afirmou.
O candidato à Assembleia da República frisou que a investigação científica não se limita ao contexto académico, tendo um impacto direto em sectores económicos regionais.
“A investigação científica, hoje em dia, não é só no quadro da academia, mas também contribui para o quadro das empresas, da valorização, contribuindo para criação de valor acrescentado e é transversal a vários setores.”
Referiu, a título de exemplo, o contributo da ciência no desenvolvimento de produtos regionais como o chá e as conservas, onde a investigação tem introduzido “valor acrescentado”, o que considera “absolutamente vital” para a economia regional.
Paulo Moniz adiantou que já encetou contactos com o Ministério da Educação e do Ensino Superior para transmitir a sua “total discordância” com os cortes anunciados. Reiterou ainda o compromisso político de, caso venha a tomar posse como deputado na próxima legislatura, assumir esta questão como “uma prioridade”.
“Nós não dizemos que vamos sempre defender os Açores de forma leviana, mas como ponto de honra”, afirmou, acrescentando que “não é pelo Governo da República ser da mesma cor política que vamos abdicar de defender os Açores e reivindicar o que achamos certo e justo a bem dos açorianos”.
O social-democrata encerrou a sua intervenção com uma mensagem de confiança numa vitória da coligação nas legislativas, afirmando ter “a expectativa clara que será Luís Montenegro a ganhar as eleições e formar Governo”.
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