
O candidato do Bloco de Esquerda às legislativas nacionais pelos Açores, Pedro Amaral, defendeu quinta-feira a criação de um centro internacional de excelência para o estudo do mar, aproveitando as infraestruturas e sinergias já existentes na ilha do Faial. A declaração foi feita durante uma visita ao centro de investigação ‘Okeanos’, da Universidade dos Açores, segundo comunicado de imprensa divulgada pelo BE/Açores.
“O Faial tem uma situação privilegiada, porque já existem várias entidades que orbitam em torno deste tema”, afirmou Pedro Amaral, sublinhando que é necessário “aproveitar as sinergias” existentes para consolidar o arquipélago como uma referência global na investigação marinha. O candidato frisou ainda que “o oceano é fundamental para a investigação sobre as alterações climáticas”, um problema que considerou “urgente” e com impactos já visíveis na Região.
A proposta do Bloco de Esquerda para a criação deste centro de investigação não é nova, mas, segundo Pedro Amaral, torna-se cada vez mais relevante à luz dos desafios climáticos e ambientais atuais. “Pode ser um motor do desenvolvimento da Região”, afirmou.
Durante a visita, o candidato criticou os cortes recentes no financiamento aos centros de investigação em Portugal, que, conforme denunciado no comunicado do BE/Açores, chegam aos 69%, afetando inclusive estruturas avaliadas como “boas” e “muito boas”. Amaral acusou a Aliança Democrática (AD) e a Iniciativa Liberal (IL) de promoverem uma política que “quer cortar no investimento público” com a justificação de premiar a excelência, mas que “não traz nada disso”.
“Como é que é possível que os centros de investigação que têm avaliação de ‘muito bom’ tenham cortes de mais de metade do financiamento?”, questionou, alertando para os riscos de despedimento de investigadores em resultado direto destas decisões.
Pedro Amaral reiterou também a importância de aprofundar a autonomia regional, especialmente no que respeita à gestão do mar. “Cada Região deve ter mais poderes”, defendeu, acrescentando que é essencial garantir que as decisões sobre os recursos marítimos tenham em conta as especificidades locais.
Por fim, destacou o papel do Bloco de Esquerda na aprovação de uma moratória contra a mineração em mar profundo, lembrando que esta atividade representa riscos “potencialmente irreversíveis” para os ecossistemas marinhos dos Açores, com consequências diretas para sectores como a pesca e o turismo.
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