CHEGA/AÇORES CRITICA POLÍTICA DE IMIGRAÇÃO E DEFENDE OBRIGAÇÃO DE RETRIBUIÇÃO APÓS FORMAÇÃO PROFISSIONAL

O cabeça-de-lista do Chega (CH) pelo círculo eleitoral dos Açores às eleições legislativas de 18 de Maio, Francisco Lima, afirmou quarta-feira que a escassez de mão-de-obra qualificada na Região não pode justificar a importação de trabalhadores imigrantes, considerando que os empresários devem assumir o custo da formação dos seus colaboradores. As declarações foram feitas após uma reunião com a delegação açoriana da AHRESP – Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal, conforme avançado em nota de imprensa divulgada pelo CH/Açores.

“Cria-se uma enorme pressão sobre o alojamento, que os empresários têm obrigação de providenciar, e isto tem de acabar”, afirmou Francisco Lima, criticando os custos associados à integração de imigrantes no mercado de trabalho. O candidato defendeu que a responsabilidade pela formação dos trabalhadores deve recair nos empregadores, não no Estado.

Francisco Lima criticou ainda o número de beneficiários do Rendimento Social de Inserção (RSI) na Região, declarando: “Só aqui nos Açores temos mais de cinco mil pessoas no Rendimento Social de Inserção, no entanto a AHRESP acredita que são precisas três mil pessoas para integrar o nosso mercado de trabalho nas áreas da hotelaria e restauração”. Para o candidato, este cenário traduz um “Estado assistencialista” que retira recursos dos empresários e dos trabalhadores ativos para sustentar “quem não quer fazer nada”.

Na mesma ocasião, o candidato defendeu a criação de mecanismos que obriguem os formandos em cursos profissionais nas áreas da restauração e hotelaria a permanecer em Portugal por um determinado período de tempo. “Os melhores alunos estão a escolher o estrangeiro para trabalhar. Defendemos que quem faz formação aqui deve retribuir o que foi investido”, afirmou.

A reunião contou também com a presença do presidente do CH/Açores, José Pacheco, e outros membros da lista regional do partido. Segundo a nota de imprensa, a responsável da AHRESP nos Açores, Cláudia Chaves, expôs as dificuldades enfrentadas pelo sector, desde a escassez de mão-de-obra às exigências fiscais e burocráticas.

Criticando duramente a carga fiscal e as regras impostas pelo Estado, Francisco Lima afirmou que os empresários “são quase perseguidos como bandidos” e que “o Estado é o maior sócio das empresas, mas que nunca aparece, só aparece para receber dinheiro, para causar dificuldades e para arranjar problemas”. O candidato defendeu uma redução da carga fiscal e acusou o Governo de reforçar a fiscalização de forma desproporcionada, especialmente nas ilhas mais pequenas dos Açores.

“Não é preciso o Governo criar mais polícias para perseguir quem trabalha e quem produz riqueza”, concluiu Francisco Lima.

© CH/A | Foto: CH/A | PE