BLOCO DE ESQUERDA DOS AÇORES DEFENDE SALÁRIOS MAIS JUSTOS E MELHORES CONDIÇÕES PARA TRABALHADORES POR TURNOS

O Bloco de Esquerda dos Açores assinalou o Dia do Trabalhador com a colocação simbólica de um “maio” — figura tradicional açoriana — na via pública em Ponta Delgada, acompanhado de uma mensagem reivindicativa em defesa de melhores condições laborais. A ação decorreu na Avenida D. João III e integrou-se na campanha do partido às eleições legislativas nacionais de 18 de maio. A informação foi avançada em Comunicado de Imprensa divulgado quinta-feira.

Pedro Amaral, primeiro candidato do BE/Açores à Assembleia da República, destacou que “o salário de muitas pessoas não é suficiente para pagar a renda ou a prestação da casa, a alimentação e os transportes”, sublinhando que “os rendimentos reais das pessoas estão cada vez mais baixos”.

Segundo dados citados por Pedro Amaral, a produtividade em Portugal aumentou cerca de 20% nos últimos anos, mas os salários cresceram apenas 10%. O candidato frisou ainda que, apesar de os portugueses trabalharem mais horas do que a média europeia, continuam a auferir dos salários mais baixos da União Europeia.

Uma das estatísticas consideradas mais preocupantes, de acordo com o candidato bloquista, é o facto de “um em cada dez trabalhadores em Portugal estar em situação de pobreza”. Para combater esta realidade, o Bloco propõe um aumento do salário mínimo para os 1000 euros já em 2026, bem como a valorização do salário médio. Entre as medidas propostas, destaca-se um acréscimo de 500 euros no salário de entrada dos técnicos superiores na administração pública.

Pedro Amaral defendeu que estas propostas visam criar condições para “mais dinheiro nas famílias”, com impactos positivos na economia e na fixação de jovens qualificados nos Açores e no país. “Desta forma será possível criar uma competitividade que leve ao aumento de salários no setor privado para estes empregos mais qualificados”, afirmou.

O Bloco de Esquerda colocou também o foco nas condições de quem trabalha por turnos, defendendo que estas pessoas enfrentam um desgaste agravado. “Sabemos que o bem-estar de um trabalhador por turnos está comprometido, porque ele está desfasado do ciclo do quotidiano e da vida familiar”, disse o candidato, reforçando a necessidade de garantir “mais descanso, um melhor salário e uma reforma antecipada”.

O “maio” colocado em Ponta Delgada representava simbolicamente uma trabalhadora por turnos, com um cartaz onde se lia: “Os turnos viram a vida ao contrário / E deixam-te cada vez mais cansada / Por isso propomos melhor salário / mais descanso e reforma antecipada!”

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