REDE INTERNACIONAL DE SERVIÇO SOCIAL UNE AÇORES E DIÁSPORA EM “MOMENTO HISTÓRICO”

A criação da Rede Internacional de Organizações de Serviço Social dos Açores e da Diáspora foi formalizada segunda-feira, através da assinatura de um protocolo por cerca de duas dezenas de entidades, num passo considerado pelo Secretário Regional dos Assuntos Parlamentares e Comunidades, Paulo Estêvão, como um “momento histórico” para os Açores e para as suas comunidades no exterior.

A informação foi avançada através de uma nota de imprensa da Secretaria Regional dos Assuntos Parlamentares e Comunidades, na qual se destaca a importância estratégica da nova estrutura, que visa promover a cooperação entre organizações sociais dos Açores e da diáspora açoriana, particularmente nos Estados Unidos da América, Canadá e Bermuda.

Falando em Ponta Delgada, no encerramento de um seminário internacional dedicado à constituição da Rede, Paulo Estêvão sublinhou a conjuntura “sem precedentes” que o país atravessa. “Os últimos números do Governo português são que o país tem um milhão e meio de imigrantes. Trata-se de um crescimento muito significativo. Um país de emigrantes transformou-se num país que acolhe. Ao mesmo tempo, continuamos a ter uma população emigrante muito significativa. É uma conjuntura única”, afirmou.

Para o governante, este cenário “extraordinário e histórico” representa desafios não só para o país, mas também para a Região Autónoma dos Açores. Referiu ainda os impactos da nova administração norte-americana, explicando que, embora não haja um aumento expressivo nas deportações, existe “um regresso voluntário” de açorianos, motivado pelo “discurso” político dos EUA e pelo receio de eventuais consequências práticas.

A nova Rede tem como objetivo central a articulação de esforços para melhorar o apoio social às comunidades açorianas emigradas e regressadas, promovendo a troca de informação, a cooperação institucional e o desenvolvimento de respostas integradas e eficazes. Visa ainda a realização de estudos que permitam aprofundar o conhecimento sobre estas realidades e adaptar as intervenções sociais às necessidades detetadas.

“Aquilo que estamos aqui a fazer é contracorrente: juntar um conjunto de instituições regionais e da diáspora, no âmbito do serviço social, para partilharem conhecimento e juntos fazerem mais”, destacou Paulo Estêvão, contrapondo esta abordagem cooperativa ao “protecionismo político e económico” que marca algumas democracias atuais.

O Secretário Regional valorizou ainda o “espírito de ajuda” demonstrado pelas instituições envolvidas, considerando “verdadeiramente impressionante” o trabalho apresentado pelas várias entidades da diáspora parceiras neste projeto de cooperação.

A Direção Regional das Comunidades assume o papel de promotor e coordenador desta Rede, que se propõe também rentabilizar recursos e evitar a duplicação de esforços, criando uma base sólida para uma colaboração duradoura entre instituições locais, regionais, nacionais e transnacionais.

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