GOVERNO DOS AÇORES E PS EM CONFRONTO SOBRE APOIO A DOENTES ONCOLÓGICOS

O Partido Socialista dos Açores (PS/Açores) acusou sexta-feira o Governo Regional de insensibilidade e má gestão financeira, denunciando uma possível redução no Complemento Especial para o Doente Oncológico (CEDO). No entanto, a Secretaria Regional da Saúde e Segurança Social rejeitou as acusações, garantindo que o apoio tem sido reforçado nos últimos anos.

Em nota de imprensa, o presidente do PS/Açores, Francisco César, afirmou que “foi com estupefação que assistimos à total insensibilidade do Governo Regional, nomeadamente através da Secretária Regional da Saúde, ao dizer que o complemento para o doente oncológico iria ter que ser modificado porque os recursos são finitos”. O líder socialista classificou o apoio como essencial para os doentes deslocados e defendeu que eventuais cortes devem incidir sobre outras áreas.

“Se o Governo precisa de cortar despesas, então que comece por cortar no maior número de adjuntos e técnicos especialistas que alguma vez existiram no Governo Regional, e que representam um custo superior a um milhão e meio de euros, valor suficiente para cobrir integralmente este complemento”, argumentou Francisco César.

Em resposta, através de nota à imprensa, a Secretaria Regional da Saúde e Segurança Social negou qualquer intenção de reduzir o CEDO e afirmou que o atual Governo tem aumentado significativamente este apoio. “O Governo da coligação PSD/CDS/PPM, em quatro anos, aumentou em 60% o montante do CEDO”, pode ler-se na nota, que sublinha ainda que, em 2020, o executivo socialista destinava 850 mil euros para este complemento, enquanto a previsão para 2025 é de quase dois milhões de euros.

A Secretaria Regional classificou as declarações de Francisco César como “falsas” e garantiu que “os sucessivos aumentos do CEDO demonstram, por si só, que são falsas as declarações de Francisco César em relação a esta matéria, ou não fosse o Governo da coligação aquele que verdadeiramente tem apoiado os doentes oncológicos”.

O PS/Açores, por sua vez, exige que o Governo Regional assegure o pagamento atempado do apoio e acusa o executivo de privilegiar gastos com nomeações políticas em detrimento da população mais vulnerável.

O Governo Regional reafirma, contudo, o seu compromisso com o apoio aos doentes oncológicos e rejeita qualquer corte no complemento.

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