
Não sou, nunca fui músico, nem jamais tive jeito para a música, mas sinto grande admiração pelas Sociedades Filarmónicas. São instituições constituídas por pessoas, que quantas vezes sacrificam a sua vida pessoal, apenas para servir! Primeiro, para aprenderem a manusear bem os instrumentos, mais tarde, empregarem os seus talentos na educação musical dos nossos jovens, que despertam e se entusiasmam por esta arte deveras dignificante!
A nossa Filarmónica União Praiense celebra hoje, dia 20 de Março, o seu aniversário. Cento e vinte um anos! Mais do que uma vida de qualquer ser humano.
Como já disse, não sou, nem fui músico, mas ao longo da minha vida já avançada, conheci muitos músicos na FUP. A maior parte deles já falecidos. Que sejam lembrados nestes dias especiais de aniversário, por tudo aquilo que deram à instituição, sem nenhum retorno, que não fosse o de servir e alegrar o povo, nos concertos, nas procissões, nos cortejos do Espírito Santo e outras celebrações para que fossem convidados.
A FUP, assim com outras filarmónicas, encontram imensas dificuldades na sua sustentabilidade. Na compra dos instrumentos, no fardamento e outros requisitos que eu desconheço, porque só sou seu admirador.
Passo às vezes pelas instalações da nossa FUP e, vejo um grupo já razoável de jovens conversando à entrada, naturalmente aguardando pela hora dos ensaios. Estão ali para aprender uma arte, cujo retorno vai ser apenas, a sua satisfação pessoal de aprenderem a tocar este ou aquele instrumento e, o de satisfazer o povo com as suas notas musicais.
Aprender uma arte é formalizar o caráter. Que melhor escola terão os nossos jovens, do que a sua integração numa Filarmónica, no caso concreto da Filarmónica União Praiense.
O meu bem haja a todos e, parabéns FUP!
Fernando Mendonça
