
O presidente do Partido Socialista dos Açores (PS/Açores), Francisco César, afirmou domingo que o partido se opõe a qualquer tentativa de privatização de empresas públicas na Região que tenha como objetivo cobrir défices financeiros ou beneficiar grupos económicos.
“Não podemos privatizar empresas públicas com o propósito de vendê-las ou para conseguir ter algum dinheiro para pagar os buracos nas contas que temos, ou porque há um conjunto de grupos económicos que acham que essas empresas são apelativas para poderem ser dominantes ao nível do mercado”, declarou o líder socialista, acrescentando que, nestes casos, “não contem com o Partido Socialista”.
As declarações foram proferidas durante a sessão de encerramento da Academia Novo Futuro, um evento promovido pelo PS/Açores. De acordo com uma nota de imprensa divulgada na segunda-feira pelo partido, Francisco César alertou ainda que o Governo Regional, liderado pela coligação PSD/CDS-PP/PPM, não deve “aproveitar o facto de haver eleições antecipadas para avançar, de forma rápida e escondida, para esta situação”.
Na mesma intervenção, o presidente do PS/Açores criticou a atuação do Executivo regional, acusando-o de utilizar a antecipação das eleições legislativas nacionais como justificação para “esconder o falhanço das suas próprias políticas”. Para Francisco César, os desafios que atualmente se debatem nos Açores refletem “o falhanço das políticas públicas que estão a ser seguidas”.
Como exemplo, apontou a situação da habitação, considerando que os problemas afetam vários setores da população, desde os mais jovens à classe média, e que os programas de apoio existentes são “exatamente aqueles que existiam no tempo em que nós éramos Governo”. O líder socialista criticou ainda o atual Executivo por, na sua perspetiva, se revelar “mais conservador do que um Governo que esteve 24 anos no poder”.
Francisco César alertou também para a necessidade de soluções estruturais para a SATA, frisando que o PS/Açores está disponível para dialogar e assumir responsabilidades numa solução conjunta, desde que esta passe por uma decisão partilhada.
Por fim, o presidente do PS/Açores denunciou o incumprimento dos pagamentos por parte do Governo Regional, mencionando setores essenciais como a Saúde. Apontou, em particular, a falta de pagamento do complemento ao doente oncológico, afirmando que “quando um Governo deixa de pagar o que deve aos mais frágeis, estamos no limite da irresponsabilidade”.
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