
A Representação Parlamentar do PAN/Açores manifestou, na passada quarta-feira, o seu “repúdio” face ao apoio financeiro de 30 mil euros concedido pelo Governo Regional ao Clube Cinegético e Cinófilo da Praia da Vitória, destinado à construção de um canil para animais de caça. A crítica surge num contexto em que as associações de proteção animal continuam a enfrentar dificuldades financeiras, incluindo atrasos no pagamento de apoios. A informação foi divulgada numa nota de imprensa do partido.
O anúncio do apoio, publicado no Jornal Oficial a 25 de fevereiro, foi classificado pelo PAN como uma “benesse a entidades privadas”, em detrimento de associações sem fins lucrativos que “lutam diariamente pela sua sobrevivência”. O partido sublinha que esta decisão “privilegia uma atividade altamente controversa e questionável do ponto de vista ético”, levantando “sérias dúvidas sobre as prioridades e ética do Governo de Coligação”.
Pedro Neves, deputado e porta-voz do PAN/Açores, afirmou, citado na nota de imprensa, que “às associações de animais, que promovem o bem-estar animal, cabem tostões, enquanto que às entidades que violam de forma grosseira o bem-estar animal, são dados milhões”. O parlamentar criticou ainda o facto de as associações de proteção animal estarem “deixadas à deriva com avultadas dívidas”, o que tem repercussões diretas nos cuidados prestados aos animais, muitas vezes vítimas de abandono, violência e maus-tratos.
O PAN/Açores recordou que, em fevereiro, questionou o Governo sobre os atrasos na atribuição de orçamento à Provedora Regional do Animal e no pagamento de apoios às associações do setor, que continuam à espera da tranche referente ao último trimestre de 2024. O partido condena ainda a priorização de atividades como a caça e a tauromaquia, que considera “práticas arcaicas e cruéis”, em detrimento da proteção animal.
Pedro Neves acusou o Secretário Regional da Agricultura de promover “incentivos a práticas arcaicas e cruéis”, referindo-se ao recente fórum tauromáquico patrocinado pelo Governo Regional. “Não admitimos que isto aconteça, sobretudo quando quem luta incansavelmente pelo verdadeiro bem-estar animal se vê, diariamente, com a corda ao pescoço”, afirmou o deputado.
O PAN/Açores considera que estas políticas representam uma “inversão de sentido de marcha” em relação ao progresso, beneficiando “um nicho” em detrimento do bem-estar animal e das diretrizes de políticas públicas mais amplas.
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