
O Grupo Parlamentar do PS/Açores denunciou esta quarta-feira que a Comissão Parlamentar de Inquérito ao Incêndio no Hospital Divino Espírito Santo (HDES) aprovou apenas 13 das 78 propostas de perguntas (quesitos) apresentadas pelos socialistas, numa decisão que classificou como uma “clara tentativa por parte do PSD, CDS-PP e Chega de limitar o alcance da investigação”. A informação foi divulgada numa nota de imprensa enviada pelo GPPS, na qual se critica a postura dos partidos de direita.
Carlos Silva, vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS/Açores, lamentou a recusa de 83% dos quesitos propostos pelos socialistas, sublinhando que esta atitude “revela a falta de transparência destes partidos e a tentativa de impedir o apuramento total dos factos”. Em declarações citadas na nota de imprensa, o deputado afirmou que “a Comissão de Inquérito teve a oportunidade de colocar questões que teriam toda a pertinência para vir a esclarecer cabalmente as causas para o incêndio e as decisões que se seguiram, mas PSD, CDS-PP e Chega optaram por restringir a investigação”.
A reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito, que decorreu em Ponta Delgada, teve como objetivo analisar e discutir o Regimento da Comissão, apresentar propostas de questionário indicativo, definir diligências e calendarizar os trabalhos. No entanto, o PS/Açores considera que a atuação dos partidos da coligação governamental de direita e seu aliado da extrema-direita tem prejudicado o funcionamento da comissão, nomeadamente através da aprovação de uma proposta do PSD, apoiada pelo CDS-PP e Chega, que retira ao presidente e à mesa a capacidade de definir a agenda das reuniões. Segundo os socialistas, esta medida “cria entropias graves ao funcionamento da Comissão e evidencia a vontade de dificultar o andamento dos trabalhos”.
Além disso, o GPPS lamenta a recusa de um pedido de informação sobre o processo de acreditação do hospital modular, um esclarecimento que consideram essencial para o escrutínio das opções tomadas após o incêndio. “Ao rejeitarem 83% das questões, PSD, CDS-PP e Chega demonstram que querem esconder dos Açorianos o que realmente aconteceu antes, durante e depois do incêndio”, afirmou Carlos Silva, acrescentando que o PS/Açores “não deixará de exigir transparência e responsabilização nesta matéria”.
O PS/Açores defende que a população açoriana tem o direito de conhecer toda a verdade sobre as causas do incêndio, a gestão da crise e as opções políticas que levaram à construção do hospital modular, cujos custos, legalidade e eficácia continuam envoltos em dúvidas. A nota de imprensa conclui com o compromisso dos socialistas em continuar a lutar por uma investigação completa e transparente.
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