
Mais de três dezenas de enfermeiros do Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), em Ponta Delgada, retiraram as escusas de responsabilidade que haviam apresentado devido a alegadas condições inadequadas nas instalações anteriores. A decisão surge após a abertura integral da urgência na estrutura modular do hospital, informou esta quarta-feira a Secretária Regional da Saúde e Segurança Social, Mónica Seidi.
“No antigo serviço de urgência do hospital de Ponta Delgada, 31 enfermeiros disseram que não se responsabilizavam pelas consequências dos seus cuidados prestados nas condições ali existentes. Por isso mesmo, entregaram escusas de responsabilidade. O motivo destas escusas era muito claro: falta de condições estruturais e degradação das instalações existentes. É, por isso, com satisfação, enquanto governante e profissional de saúde, que anuncio que estas escusas de responsabilidade acabam de ser retiradas com a abertura em pleno da urgência do hospital modular”, afirmou a governante, citada em nota de imprensa, num debate de urgência sobre o HDES, solicitado pelo Grupo Parlamentar do Chega (CH), na Assembleia Legislativa Regional, na cidade da Horta, ilha do Faial.
(A Secretária Regional sublinhou que esta decisão dos enfermeiros reflete um voto de confiança nas novas instalações. Citou ainda a Ordem dos Médicos, que considera a unidade modular “um avanço significativo para a saúde da Região”, e a Ordem dos Enfermeiros, que classifica a infraestrutura como “uma solução de apoio indispensável”.
Mónica Seidi criticou também a proposta de reabertura da antiga urgência, recordando um relatório do Serviço de Instalações e Equipamentos do hospital, que indicava ser possível retomar o funcionamento com pequenas intervenções num prazo de 60 dias. No entanto, segundo a governante, passados 69 dias da publicação do documento, os trabalhos necessários na urgência não estavam concluídos. “Ou seja, quem em junho garantia que tudo estaria pronto dois meses depois, chegou ao final de agosto com o trabalho por concluir no Serviço de Urgência. Em suma, desmentiu-se a si próprio”, declarou.
A Secretária Regional destacou ainda o esforço do atual executivo na modernização das infraestruturas hospitalares e apresentou dados sobre o aumento da atividade assistencial na Região. Em 2024, os hospitais açorianos realizaram quase 88 mil consultas de hospital de dia, um aumento de 15% em relação a 2019. O número total de cirurgias ascendeu a 12 mil, mais 32% do que no mesmo período, e o número de consultas médicas ultrapassou as 330 mil, um crescimento de 42% face a 2019. Nas unidades de saúde de ilha, o número de consultas médicas aproximou-se das 579 mil, registando um aumento de 15%.
“Há algo de que não abdicarei: para mim, o bem-estar e a segurança dos utentes estão acima da política e dos partidos. É por esta máxima que me guio”, concluiu Mónica Seidi.
DEBATE PARLAMENTAR
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