CHEGA CONTRA NOVO SISTEMA DE INCENTIVOS À COMUNICAÇÃO SOCIAL DOS AÇORES

No âmbito da apresentação e discussão do novo Sistema de Incentivos aos Media Privados dos Açores (SIM), na última semana aprovado na Assembleia Legislativa dos Açores, na cidade da Horta, o Chega voltou a manifestar-se totalmente contra o plano. O deputado José Pacheco, defendeu que as empresas de comunicação social deveriam concorrer, em igualdade de condições, aos sistemas de apoio já existentes para outros setores. “As empresas de comunicação social não devem ser tratadas de forma diferenciada e, sim, integrar o mercado em pé de igualdade com outros sectores”, afirmou, citado em nota de imprensa, na altura enviada às redações.

José Pacheco foi ainda mais longe, acusando o Governo Regional de utilizar os apoios para “patrocinar uma comunicação social que vai obedecer à voz do dono”, alegando que jornais e rádios podem passar a fazer propaganda governamental enquanto perseguem a oposição. O parlamentar também criticou os meios de comunicação social pela forma como noticiam medidas aprovadas pelo partido, considerando que algumas informações publicadas não refletem a realidade e qualificando-as como “jornalixo”.

O deputado do Chega afirmou que o problema está na má gestão das empresas de comunicação social e na sua dependência de subsídios públicos, argumentando que os apoios concedidos raramente beneficiam os jornalistas, ficando concentrados na gestão empresarial. “É vergonhoso para qualquer empresário ver os apoios que foram já dados à comunicação social privada, e mais vergonhoso ainda é esse dinheiro não ir para os jornalistas e funcionários”, sublinhou.

Além disso, José Pacheco anunciou que o Chega já apresentou uma queixa formal à Comissão Europeia contra este tipo de apoio público, por considerar que este penaliza a concorrência e distorce o funcionamento do mercado.

A discussão em torno do novo Sistema de Incentivos à Comunicação Social nos Açores continua a gerar divisões, evidenciando tensões entre a necessidade de apoiar o sector e as preocupações sobre a independência e o papel das empresas de comunicação social no espaço democrático regional, não obstante, o Chega foi o único partido a votar contra, tendo todos as restantes forças votado a favor à exceção da IL que se absteve.

© CH/A | Foto: CH/A | PE