
Em comunicado enviado às redações esta quarta-feira, 8 de janeiro de 2025, o PSD/Açores destacou a posição do Grupo Municipal da Coligação PSD/CDS/PPM na Assembleia Municipal de Angra do Heroísmo, que se absteve na votação do Orçamento para 2025, criticando um documento que considera “de continuidade” e que reflete “promessas e obras arrastadas no tempo”.
De acordo com a deputada municipal social-democrata Luísa Barcelos, citada no referido comunicado, a abstenção da coligação surge face a um orçamento que não contempla propostas da oposição e mantém “um arrastar de promessas”. A deputada destacou como exemplo “a construção do novo Mercado Municipal de Angra do Heroísmo, uma obra aguardada há mais de 20 anos, que já poderia estar concluída há cinco anos, não fosse a teimosia e intransigência deste executivo socialista”.
Entre outras críticas, Luísa Barcelos apontou a necessidade de intervenções no reordenamento urbano, especialmente para resolver os congestionamentos nas principais vias da cidade, como as zonas entre o Alto das Covas e o Fanal, e entre a Praça Almeida Garrett e a Rua da Guarita.
A social-democrata também mencionou o problema do estacionamento, dando ênfase ao silo automóvel junto ao Tribunal de Angra do Heroísmo, cuja resolução ainda não foi encontrada.
Outras preocupações incluem o reforço das transferências de verbas entre o município e as juntas de freguesia, considerando que as atuais delegações de competências têm constrangido o funcionamento destas entidades. Luísa Barcelos também sublinhou a importância de um acompanhamento mais robusto no âmbito da habitação pública, especialmente após a conclusão das empreitadas financiadas pelo PRR, que envolveram mais de 90 milhões de euros.
A deputada alertou ainda para a falta de recursos humanos na Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, descrevendo um quadro de pessoal “parco e envelhecido”, sem estratégia de rejuvenescimento. Segundo Barcelos, essa carência tem levado a situações de burnout e desmotivação entre os funcionários.
Apesar das críticas, a coligação reconheceu alguns pontos positivos no orçamento, como o não-aumento direto de impostos e taxas municipais e a manutenção de uma política de endividamento zero. Luísa Barcelos reforçou que a postura da coligação continuará a ser “de oposição séria, crítica, robusta e construtiva”, elogiando as medidas positivas e apontando falhas que precisam de atenção.
Este comunicado reflete a continuidade de tensões entre a oposição e o executivo socialista liderado por Álamo Meneses, no que será o último orçamento do terceiro mandato do presidente da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo.
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