
O Presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro, presidiu sábado à inauguração do Núcleo da Autonomia dos Açores do Museu Carlos Machado, localizado no emblemático Palácio da Conceição, em Ponta Delgada.
Este momento revestiu-se de profundo significado histórico e simbólico, uma vez que ocorreu na mesma data em que, em 1975, a Junta Governativa dos Açores apresentou o anteprojeto do Estatuto Político-Administrativo da Região Autónoma dos Açores.
O Núcleo da Autonomia nasce como um espaço museológico dedicado à “preservação e valorização do percurso autonómico do arquipélago”, abordando a história das lutas e conquistas que marcaram a afirmação político-administrativa dos Açores enquanto região autónoma. Este novo espaço integra a rede do Museu Carlos Machado e reforça o seu papel enquanto guardião da memória e identidade cultural açoriana.
José Manuel Bolieiro destacou o significado da autonomia política açoriana, sublinhando que esta não deve ser interpretada como um fechamento ou isolamento, mas antes como uma forma de participação ativa e integrada no projeto nacional e europeu.
“A nossa autonomia política não representa um fechamento em nós mesmos, bem pelo contrário, representa compreender a virtude da integração”, afirmou o governante.
E acrescentou: “uma Região isolada não traz qualquer orgulho ao seu povo”.
O líder do executivo açoriano enalteceu ainda a importância deste novo núcleo, que “perpetua na memória coletiva os desafios e as conquistas históricas dos Açores”, e destacou que o espaço será essencial para promover a investigação científica e o conhecimento público sobre a trajetória autonómica da Região.
“O nosso desiderato com este espaço museológico é simples. É o de que honremos a nossa história e património cultural imaterial, que possamos, com o acesso que aqui facilitamos à documentação, exposta com boa didática, contribuir para o desenvolvimento dos estudos científicos dos processos históricos que fizeram a construção das autonomias dos Açores”, frisou.
A inauguração do Núcleo da Autonomia insere-se no contexto das celebrações dos 50 anos da Revolução de Abril de 1974, um momento decisivo para a democratização de Portugal e para a consagração da autonomia regional.
O governante recordou que foi na sequência destas transformações políticas que, em 1976, a Constituição da República Portuguesa reconheceu as autonomias político-administrativas dos arquipélagos dos Açores e da Madeira.
O Presidente do Governo sublinhou ainda o papel desempenhado pela Universidade dos Açores na investigação histórica e no estudo dos factos que moldaram o processo autonómico.
“A Universidade dos Açores tem sido fundamental no aprofundamento do conhecimento sobre este percurso histórico, que é basilar para compreender a nossa identidade enquanto povo autónomo”, afirmou José Manuel Bolieiro.
O Palácio da Conceição, local onde agora se encontra o Núcleo da Autonomia, é um edifício histórico que alberga o Conselho do Governo, os serviços da Secretaria-Geral da Presidência e, agora, este novo espaço museológico.
Após uma extensa obra de reabilitação e reconfiguração funcional, concluída sob a liderança do XIII Governo dos Açores, liderado por José Manuel Bolieiro, o palácio reafirma o seu lugar como um símbolo da governação e da história regional.
O Núcleo da Autonomia foi concebido para acolher exposições de cariz documental e histórico, apresentando conteúdos didáticos que permitem ao público compreender a evolução da autonomia dos Açores. Além disso, visa atrair investigadores, estudantes e interessados na história política do arquipélago, contribuindo para o fortalecimento do conhecimento sobre o papel dos Açores no contexto nacional e internacional.
Com a inauguração deste espaço, o Governo dos Açores dá um passo significativo na preservação da memória e identidade da região, promovendo o estudo e o debate sobre os desafios e conquistas da autonomia açoriana. O Núcleo da Autonomia será, assim, um ponto de encontro entre o passado e o futuro, honrando a trajetória de um povo que encontrou na autonomia a chave para a sua afirmação e desenvolvimento.
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