
Em nota de imprensa, a Secretaria Regional do Mar e das Pescas, através das suas duas direções regionais (Direção Regional das Pescas e Direção Regional das Políticas Marítimas) e Serviço de Ilha das Flores, informa que tem estado a acompanhar o fenómeno registado nas populações selvagens de meros (Epinephelus marginatus) dos Açores desde o passado mês de setembro.
A direção regional com competências em matéria de pescas acionou um protocolo de monitorização e de identificação do(s) agente(s) etiológico(s) responsável(eis) com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera, I.P. (IPMA), através do seu Laboratório de Patologia de Animais Aquáticos.
O despiste de potenciais agentes patogénicos, nomeadamente parasitas e/ou agentes virais, bem como a determinação de biotoxinas, ficou ontem (24.10.2024) concluído.
Desse modo, o Governo Regional dos Açores informa a população dos resultados das necropsias especializadas e análises complementares de diagnóstico.
Os peixes meros morreram por ação de um agente patogénico de natureza viral responsável por retinopatia e encefalopatia viral, ou seja, morreram por ação de um vírus que provoca a destruição do sistema nervoso central e do olho.
O surto viral manifestou-se em indivíduos adultos, parasitados, após o período de reprodução, e sujeitos a stress fisiológico adicional devido a um aumento da temperatura da água do mar, e que por esta multiplicidade de fatores se encontravam com o seu sistema imunitário debilitado.
Esta não é uma doença infeciosa transmissível ao ser humano. Ainda assim, apela-se à população que mantenham as boas práticas indicadas anteriormente pelo Governo, nomeadamente que não consumam estes peixes.
Em caso de avistamentos de meros à superfície da água do mar ou arrojados na linha de costa devem aceder à plataforma de registo centralizado por forma a colaborar com o Governo Regional na recolha sistematizada dos avistamentos e a sua posição geográfica no arquipélago dos Açores (https://e-form.azores.gov.pt/formulario/447).
A pesca deste peixe manter-se-á interdita por forma a dar continuidade aos trabalhos de monitorização para recolha de informação adicional pelas entidades competentes e comunidade científica que possibilite adaptar o plano de gestão deste recurso a esta pressão emergente.
Os agentes patogénicos são organismos ou substâncias que causam doenças nos hospedeiros que tanto podem ser seres humanos, animais ou plantas, provocando uma série de efeitos, que variam desde ligeiras infeções até doenças graves. Os agentes patogénicos poderão ser vírus, bactérias, fungos, protozoários, príons ou parasitas.
© GRA | Foto: Luís Miguel Casado Gracia | PE
