
Hoje, dia 17 de Outubro, celebra-se o Dia Internacional para a erradicação da pobreza.
Segundo o Telejornal de hoje da RTP Açores, a cidade de Ponta Delgada tem cerca de 300 sem abrigo. A Praia da Vitória, aquela cidade calma demais para quem a visita, também já, com pelo menos uma dezena de pessoas dormindo nas ruas. Outras cidades como Angra do Heroísmo e Horta, possívelmente padecendo do mesmo triste retrato! Mais grave ainda, é quando verificamos, que não são só os sem abrigo que procuram as casas de apoio para poderem ter uma refeição. São também agora, aqueles que perderam o seu emprego, não aguentam o custo de vida, nem o continuo aumento dos juros. Muitos perderam as suas casas e, estão neste momento pedindo ajuda alimentar!
Portugal, tal como outros países, está atravessando uma crise nunca vista por esta geração, nomeadamente para aqueles que pelas circunstâncias, tiveram de se juntar aos mais fragilizados, os quais já eram demais, para um país com a nossa dimensão!
Aguardam-se ajudas da União Europeia (PRR) para amenizar esta crise que nos assolou. Espero e esperamos todos, que esse dinheiro seja usado principalmente, em benefício da erradicação da pobreza. E essa combate-se ajudando as empresas, sempre no sentido da criação de empregos estáveis para as duas partes.
Vivemos e ainda bem, numa democracia! Por esse facto, estamos com alguma assiduidade, dando a nossa opinião através do voto. Eleições não podem servir para tapar o sol com a peneira… quando nós, o povo, não escolhemos dias para estar junto dos mais necessitados e auscultar os seus problemas. Partilhamos diariamente as suas angústias, a sua tristeza e a descrença no futuro!
Não podemos continuar ainda, ouvindo os nossos filhos ou netos, dizendo que tem um colega na escola, que diz que vive do RSI, que o pai já vivia e o seu avô também! Erradicar a pobreza, será também retirar as pessoas desta contínua subsidiariedade! Haja coragem para o fazer de uma vez por todas, naturalmente arranjando-lhes outros meios de vida!
Finalizo este meu desabafo sobre a pobreza, neste dia que a celebra, apelando a solidariedade e à partilha, com uma pergunta que me aflige e me confunde: Como é possível que esta crise tenha trazido tanto de fome, como de aumento de fortuna aos já milionários?
Como dizia e cantava o saudoso Zeca Afonso! Uns comem tudo e os outros não comem nada…
Fernando Mendonça
