
O Bloco de Esquerda (BE) levou esta terça-feira, dia 10 de setembro, ao parlamento regional um voto de protesto contra o encerramento das lojas da SATA em todas as ilhas dos Açores, uma decisão que o partido considera “precipitada e irrefletida” e tomada sem que houvesse um diálogo com os vários, intervenientes que permitisse encontrar soluções viáveis e benéficas para a empresa e para os clientes.
Na votação final, Iniciativa Liberal (IL) e Chega (CH) votaram ao lado dos partidos do governo – PSD, CDS-PP e PPM – e rejeitaram o voto de protesto apresentado pelo BE/Açores.
Em nota enviada às redações, o BE Açores sustenta que o encerramento das lojas da SATA foi um processo precipitado e marcado por avanços e recuos por parte da empresa e do governo. Primeiro foi anunciado um acordo com a RIAC para a venda de bilhetes, mas perante a pressão pública de sindicatos, autarquias, agências de viagens e câmaras do comércio, e a possível ilegalidade da decisão, o acordo foi cancelado, recorda a nota.
Depois, continua a nota, foi anunciado um plano de ação conjunta entre a SATA e a APAVT com o objetivo de minimizar os efeitos do fecho das lojas, mas do encontro realizado entre as duas entidades não saiu qualquer medida concreta para mitigar o impacto do encerramento das lojas da SATA e a situação voltou à “estaca zero”.
Entretanto, alerta o Bloco, os efeitos do fecho das lojas já se fazem sentir com constrangimentos nos balcões da SATA nos aeroportos, levando a uma grande sobrecarga para os trabalhadores da companhia aérea. O aeroporto de Ponta Delgada, em particular, tem tido “filas intermináveis”, como descreve o SINTAC.
Acresce a isso que as distâncias mais longas que os clientes têm agora de percorrer, a ausência de transportes públicos para muitos dos aeroportos da Região e os elevados preços do estacionamento penalizam desnecessariamente os passageiros.
“É lamentável que a SATA tenha tomado uma decisão precipitada e irrefletida em vez de procurar um diálogo com todas as entidades envolvidas que permitisse encontrar soluções viáveis e benéficas simultaneamente para a companhia aérea e para os seus clientes”, assinalou, citado na referida nota, o deputado António Lima.
PSD, IL e CH defenderam, no debate, que o parlamento não devia tomar posição sobre a decisão do conselho de administração da SATA. Mas António Lima lembrou que estes três partidos votaram a favor de uma proposta do CH que recomendava ao governo a intervenção junto dos CTT – uma empresa privada – contra o encerramento de lojas nos Açores.
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