ABERTAS CANDIDATURAS PARA SESSÕES DE ‘COACHING’ AOS AGRICULTORES AO ABRIGO DO PRR PARA FRUTICULTURA, HORTICULTURA E FLORICULTURA

O Governo dos Açores, através da Secretaria Regional da Agricultura e Alimentação, em nota de imprensa divulgada sexta-feira, informa que estão abertas as candidaturas, até ao dia 19 de setembro, para apoios à promoção de sessões de acompanhamento ou orientação (‘coaching’), em todos os setores de atividade relacionados com a produção agrícola primária no âmbito dos setores da fruticultura, horticultura e floricultura.

Estas sessões consistem na disponibilização de apoio técnico especializado dirigido aos produtores agrícolas, com vista a melhorar as suas competências para a gestão dos aspetos económicos, ambientais e sociais do seu negócio, incluindo competências digitais e a utilização de ferramentas inovadoras.

Este apoio, ao abrigo do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), está previsto no tema de abrangência multissetorial “M.01 – Gestão sustentável das explorações agrícolas”, do “Programa de Capacitação dos Agricultores e de Promoção da Literacia em Produção e Consumo Sustentáveis”, decorrente do investimento “Relançamento Económico da Agricultura Açoriana”, promovido pela Secretaria Regional da Agricultura e Alimentação.

Ao abrigo do presente diploma, podem ser concedidos apoios para a realização de sessões de acompanhamento ou orientação, de acordo com as principais necessidades das explorações em matéria de competitividade, transição verde, na qual se inclui a utilização sustentável dos recursos naturais, transição digital, transição energética, sanidade vegetal e animal e bem-estar animal.

O apoio é atribuído sob a forma de subvenção não reembolsável e será atribuído até ao valor fixo limite anual de €1.500,00 por exploração beneficiada com um plano de acompanhamento ou orientação anual, com limite máximo anual de €15.000,00 por beneficiário, estando limitado a um máximo de 10 explorações por ‘coach’.

As candidaturas podem ser apresentadas no âmbito dos avisos de abertura de concurso e são submetidas através de formulário eletrónico disponível no sítio da Internet a indicar no respetivo aviso.

No PRR, no âmbito da agricultura, destaca-se o investimento “Relançamento Económico da Agricultura Açoriana”, que pretende contribuir para a resiliência e o crescimento sustentável do potencial produtivo regional, atenuar o impacto económico e social da crise no setor agrícola e agroalimentar dos Açores e contribuir para a dupla transição climática e digital nesse setor.

O “Programa de Capacitação dos Agricultores e de Promoção da Literacia em Produção e Consumo Sustentáveis” constitui uma das medidas do investimento no âmbito da transição verde, da transição digital e do bem-estar animal, incluindo certificações.

Numa região como os Açores, ultraperiférica, predominantemente rural e marcada pelos seus valores naturais, a agricultura tem uma expressão económica, social e territorial de grande relevância para a coesão regional, sendo que o acesso à informação e ao conhecimento, por parte dos agentes do setor agrícola e da população em geral, é considerado um elemento chave para assegurar a transição para fileiras agrícolas mais ecológicas, mais sustentáveis, mais diversificadas, melhor adaptadas às condições edafoclimáticas, geográficas e socioeconómicas regionais e contribuir para uma progressiva e desejável autonomia alimentar.

Neste contexto, no que se refere à tipologia das ações a desenvolver é imprescindível diversificar os formatos a disponibilizar, pelo que este programa inclui, entre outras ações, as “Sessões de acompanhamento ou orientação (‘coaching’)”, ações personalizadas conduzidas por um orientador com habilitação técnica adequada (‘coach’) que preconizam uma intervenção anual personalizada, a realizar em momentos distintos.

A disponibilização destas sessões de ‘coaching’ tem por base o apoio técnico especializado aos produtores agrícolas, através da transferência de conhecimentos e de informação que visem capacitar e aconselhar os agricultores no âmbito da gestão eficiente e sustentável das suas explorações agrícolas em termos económicos, sociais, ambientais e climáticos, de bem-estar animal, de saúde pública e de eficiência na utilização dos recursos.

© GRA | PE

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CRIA DE CACHALOTE COM 3,5 METROS DÁ À COSTA NA ILHA TERCEIRA

Uma cria de cachalote deu à costa na ilha Terceira, nos Açores, numa zona de difícil acesso, o que poderá obrigar ao encerramento de uma zona balnear para a remoção do cadáver, revelaram hoje as autoridades.

“Poderá haver ou não o fecho da zona balnear. Vamos começar os trabalhos logo de manhã e se tudo correr bem estarão terminados antes das 10:00. Na iminência de não estarem, vai ter de se efetuar o fecho da zona balnear”, afirmou, em declarações à Lusa, o vereador da Câmara Municipal da Praia da Vitória Marco Aurélio Meneses.

Nas redes sociais, a autarquia anunciou que, devido ao arrojamento de um cetáceo junto à zona balnear das Quatro Ribeiras, o acesso ao local estaria “temporariamente encerrado”, “considerando os trabalhos de remoção”.

Segundo Marco Aurélio Meneses, foram ponderadas várias soluções para retirar o animal, que tem 3,5 metros de comprimento, devido ao difícil acesso ao local.

“Houve várias hipóteses: retirar por terra, retirar por mar, deixar em decomposição ou queimar no local, mas foi decidido desmanchar o animal”, adiantou.

O vereador explicou que o cachalote arrojou numa “zona de calhau mais profunda”, que não permitia a remoção com uma embarcação, mas onde existe, por outro lado, “uma arriba enorme”, que não permite retirá-lo com uma grua.

A opção de deixá-lo em decomposição também não era viável, porque o animal se encontra “próximo da zona balnear”.

Os trabalhos de remoção vão envolver a autarquia, a Polícia Marítima, a Rede de Arrojamentos de Cetáceos dos Açores (RACA) e a Universidade dos Açores.

Segundo o capitão do Porto da Praia da Vitória, António Almeida Marques, o animal foi avistado na terça-feira, mas as várias entidades tiveram de fazer uma análise para “perceber a melhor forma de o tirar do local”.

O diretor regional das Políticas Marítimas, Rui Martins, disse que nestes casos habitualmente o animal é removido para aterro, mas “pode ser exumado quando há alguma intenção de recuperar as ossadas”.

A direção regional, que gere a Rede de Arrojamento de Cetáceos dos Açores, faz um registo destes casos, para perceber “que espécies arrojam e onde”, e solicita, quando possível, necropsias e recolha de amostras para análise.

Segundo Rui Martins, este ano já deram à costa nos Açores alguns golfinhos e uma tartaruga, bem como algumas massas não identificadas em estado avançado de decomposição.

© Lusa | Foto: DR | PE