Centro Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo é o destino do código-postal. É o novo código-postal do Poço d´Areia para o próximo dia 1 de agosto e que por opção e teimosia do executivo municipal da Praia da Vitória vai sendo escolha de vários praienses e amantes do concelho – não apenas o Centro Cultural e de Congressos, mas outros destinos e espaços em Angra do Heroísmo – para a dinamização dos seus objetivos, sejam eventos, habitações, empresas ou outros.

Foi com grande estupefação que se leu no Facebook um comunicado do guitarrista Nuno Bettencourt a informar que a segunda edição do Rock d´Areia, espetáculo promovido pela família Bettencourt – da Praia da Vitória! –, não se vai realizar na sua terra natal porque a família não é bem-vinda à mesma – embora não esteja escrito no comunicado, é pela autarquia, entenda-se. Isto não gerou só estupefação, como também tristeza e revolta pela ausência de respostas credíveis a questões como: como pode um concelho virar costas aos seus?; porque é que não são feitos todos os esforços para receber na Praia em época alta o maior nome da música de todos os tempos nascido no concelho?; a presidência da Câmara afirmava ter Recursos Humanos a mais e depois de os dispensar diz não ter um único elemento para supervisionar o Auditório do Ramo Grande?!

Na sequência deste lamentável episódio, a autarquia rapidamente recorreu também às redes sociais para repor a sua verdade dos factos, mas que ao que parece não convenceu os praienses. Não convenceu, nem pode convencer. A cada ano, este executivo municipal envolve-se em polémicas semelhantes. Começou com a negação da Academia da Juventude aos estudantes da secundária Vitorino Nemésio para realização do baile de finalistas, seguiu-se com o afastamento do Grupo de Forcados Amadores do Ramo Grande da organização e participação na Corrida das Festas da Praia e agora o afastamento do Clã Bettencourt da organização de um espetáculo no Auditório do Ramo Grande – correndo o risco de esquecimento de mais alguma(s).

Falta credibilidade a este executivo municipal e o tempo parece não só não ajudar a resolver, como aumenta a distância entre a Câmara Municipal e as pessoas, bem como a falta de visão estratégica, a capacidade de escuta e uma inqualificável arrogância. Não vão a tempo de corrigir o que já quebraram, mas pelo menos não piorem ainda mais. Respeitem a Praia da Vitória e os praienses, Sra. Presidente e Srs. Vereadores!

Rodrigo Pereira