GOVERNO FAZ LEMBRAR A ORQUESTRA DO TITANIC, DIZ IL/AÇORES

O Deputado da Iniciativa Liberal (IL) no Parlamento dos Açores, Nuno Barata, comparou, esta terça-feira, o Governo Regional de coligação “à orquestra do Titanic”, lamentando que o executivo exorte uma realidade no discurso que contrasta com o aumento da pobreza na Região.

Na primeira intervenção no âmbito do debate das propostas de Plano e Orçamento da Região para 2024, Nuno Barata encontrou significativas diferenças entre o discurso governativo e a realidade das populações de todas as ilhas: “Perante a visão de coisas boas apresentadas pelo Secretário Regional das Finanças, o Governo esqueceu-se do agravamento dos indicadores de pobreza e de pobreza extrema que pioraram bastante nos últimos anos desta governação. O Titanic afunda, mas a orquestra continua a tocar. O mesmo é dizer, o povo sofre, o povo empobrece, mas o Governo regozija-se com isso”.

Anunciando que “a IL não votará contra” os documentos em análise – apesar de reconhecer que o Plano e Orçamento são “em quase tudo iguais aos que foram chumbados em novembro passado” –, o parlamentar liberal sublinhou a “substancial diferença de circunstância” registada atualmente, na sequência do incêndio que deflagrou no Hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada.

“O Orçamento é praticamente igual ao que foi chumbado o ano passado, mas a circunstância é substancialmente diferente. Por isso, a IL não vos dará argumentos para se vitimizarem com um processo que todos sabemos não tem a dimensão que o Governo Regional pinta, mas que carece de todo o nosso empenho, para que, de toda a adversidade, sejam feitos todos os investimentos necessários para garantir que teremos, mais do que um remendo, um hospital pronto para dar respostas no futuro”, afirmou Nuno Barata.

Os liberais açorianos insistem, ainda, que “à vitimização” o Governo Regional deve dar lugar “à precaução e cautela na trajetória de endividamento”, uma vez que, disse, “não vale a pena o Governo vitimizar-se pelo que aconteceu no HDES, nem vitimizar-se pelo que teve que fazer no COVID, nem vitimizar-se pelo que está a acontecer na Ucrânia ou em Gaza. Estas são questões que só confirmam aquilo que IL tem dito desde o princípio: se a Região não se precaver, não for cautelosa na trajetória de endividamento, sempre que houver uma catástrofe, o Governo terá de ir de chapéu na mão e mão estendida a Bruxelas, a Lisboa ou seja a onde for pedir ajuda”.

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