
O cabeça de lista da Iniciativa Liberal (IL) pelos Açores às eleições Legislativas do próximo dia 10 de março, José Luís Parreira, lamenta a “triste verdade” que “é os nossos jovens não vislumbrarem futuro em Portugal ou nos Açores”, apelando à mudança necessária para o “fortalecimento da democracia participativa, dando voz aos jovens e proporcionando-lhes a oportunidade de se envolverem diretamente no processo político do País”.
José Luís Parreira foi convidado e participou num Plenário Jovem organizado pela Federação Académica de Lisboa (FAL), em conjunto com a Associação de Estudantes da Escola Superior de Educação (AEESELx), na Escola Superior de Educação de Lisboa, num debate que contou com a participação ativa dos representantes de seis partidos políticos com assento na Assembleia da República.
“Este Plenário Jovem revela-se um espaço privilegiado para o exercício da cidadania ativa e para o fortalecimento da democracia participativa, dando voz aos jovens e proporcionando-lhes a oportunidade de se envolverem diretamente no processo político do País, onde se inclui muitos dos jovens Açorianos que estão a estudar em Lisboa. Este tipo de iniciativas demonstra a importância do envolvimento da juventude na vida política e reforça o compromisso com a construção de uma sociedade mais democrática e inclusiva”, disse o candidato liberal.
O cabeça de lista da IL pelos Açores manifestou preocupação com o que designou “maior êxodo da história de Portugal”, apontando que “um em cada três jovens portugueses, entre os 15 e os 39 anos, encontra-se emigrado”.
Estes números, prosseguiu, “evidenciam aquele que será, provavelmente, o maior êxodo da história de Portugal”, apesar de, sublinhou, “estes números deixarem de fora outro êxodo, do qual os Açores também padecem, o êxodo rural”, que “quando combinados, poderão justificar o porquê de nascerem hoje nos Açores, cerca de metade das crianças que nasciam em 1990”.
Para José Luís Parreira a emigração das mulheres ainda é mais assustadora, conquanto, frisou, “quando um homem sai, toda a Região perde no presente, mas quando sai uma mulher, a Região perde o presente e o futuro”, uma vez que “hoje, os filhos de portuguesas no estrangeiro representam 20% do total de nascimentos em Portugal. São todas elas crianças que fazem falta a Portugal e aos Açores”.
Como se os dados existentes já não fossem “suficientemente assustadores”, acrescentou o candidato liberal, “recentemente foram dados a conhecer os resultados de um questionário realizado junto dos estudantes da Universidade de Coimbra, onde se concluiu que dois em cada três equacionam emigrar, debelando ainda mais a fraca demografia portuguesa”.
“A triste verdade é que os nossos jovens não vislumbram futuro em Portugal ou nos Açores. Para os jovens de hoje, as fracas contrapartidas financeiras aliadas à baixa possibilidade de progressão na carreira tornam impossível tomar uma decisão em favor de ficar, ao que se acresce o elevado custo de vida e impossibilidade de aquisição daquela que é o centro da estabilidade de qualquer ser humano, a habitação”, identificou.
Como possíveis soluções, José Luís Parreira apresentou “sugestões a serem implementadas a curto e longo prazo, como seja a garantia de apoio aos alunos mais necessitados e o financiamento direto às instituições escolares por cada aluno inscrito”. Foi ainda sugerido “corte nos impostos, como forma de aumentar o rendimento disponível por parte do trabalhador, ou, ainda, o desaparecimento do IMT (Imposto Municipal sobre Transações), imposto que encarece imenso a aquisição de habitação por parte de quem a procura”.
A Federação Académica de Lisboa, em conjunto com os seus Associados, representa mais de 94.000 estudantes da Área Metropolitana de Lisboa. A diversidade de ideias e a participação dos jovens foram os pontos-chave deste evento, que visou promover a reflexão e o diálogo sobre temas pertinentes da atualidade política em Portugal.
© IL/A | Foto: IL/A | PE
