CHEGA REIVINDICA SOLUÇÃO GOVERNATIVA DE ESTABILIDADE NOS AÇORES

Os cinco deputados do CHEGA/Açores estiveram ontem reunidos com o Represente da República para os Açores, Pedro Catarino, a quem transmitiram a necessidade de uma estabilidade governativa para que a Região não fique estagnada até que se forme Governo.

No final da reunião, citado em nota do partido, o líder do CHEGA/Açores, José Pacheco, disse não ter tido ainda qualquer contacto por parte da Coligação, garantindo que não irá aprovar um Programa de Governo que não conhece. “Alguém espera que o CHEGA aprove um Programa de Governo com a chantagem da Coligação que será para o bem dos Açores? Não é fazer as coisas como se quer, a isso chama-se ditadura”, referiu José Pacheco que, garante, que a Democracia “obriga a que tenhamos conhecimento dos factos. Enquanto isso, não há uma decisão tomada”.

A única posição já assumida pelo CHEGA é que tem de fazer parte da solução governativa de estabilidade na Região. “Quando fomos a votos, fomos claros que queríamos fazer parte da solução governativa, o que era legítimo, porque no passado foi o que foi. Os nossos parceiros sabiam ao que íamos. Eu não posso votar um Programa de Governo que vá contra o nosso manifesto eleitoral. Se estão a tentar provocar eleições vão ficar com essa responsabilidade”, garante José Pacheco.

No entanto, para o líder do CHEGA/Açores, há questões que “são matemáticas”: o CDS elegeu dois deputados e o PPM elegeu apenas um, “são três, enquanto o CHEGA elegeu cinco deputados”. Tudo isto, a somar ao facto de CDS e PPM “se terem escondido numa coligação e apanharam votos de graça”.

José Pacheco é categórico: “Eu não tenho problema nenhum com o CDS nem com o PPM, mas sim com as duas pessoas que usaram os Açores para se governar e foram desleais com os Açorianos, o que não faz sentido nenhum a meio de quadros comunitários de apoio e do PRR. Se o CHEGA tivesse apenas um deputado, estava quieto no seu canto, mas temos cinco. Não é arrogância. Prometemos aos eleitores que faríamos parte da solução governativa e os Açorianos deram-nos essa força”.

Garantindo que o CHEGA, ao contrário da Coligação, não está preocupado com o calendário nacional, José Pacheco afirmou que “vamos fazer tudo o que o Povo nos pediu e nos mandatou para fazer”.

Depois de ter ouvido ontem a representantes da coligação PSD/CDS/PPM, PS, CH e BE, o representante da República para os Açores, Pedro Catarino, ouviu na manhã desta terça-feira a dirigentes do In iniciativa Liberal e do Bloco de Esquerda.

Ainda esta terça-feira, pelas 17:00, Pedro Catarino fará uma declaração, sem direito a perguntas, em que deverá indigitar o próximo presidente do Governo Regional.

Nas eleições legislativas regionais do passado dia 04 de fevereiro, a coligação PSD/CDS/PPM venceu com 43,56% dos votos validamente expressos, elegendo 26 dos 57 deputados do parlamento regional, precisando de mais três para ter maioria absoluta.

O PS, que ficou em segundo lugar, com 37,18% dos votos e 23 deputados. O CHEGA elegeu cinco deputados, com 9,51% dos votos. O Bloco de Esquerda (2,63%), Iniciativa Liberal (2,22%) e PAN (1,71%) elegeram um deputado cada.

De acordo com o número 1 do artigo 81.º do Estatuto Político-Administrativo dos Açores, “o presidente do Governo Regional é nomeado pelo representante da República, tendo em conta os resultados das eleições para a Assembleia Legislativa, ouvidos os partidos políticos nela representados”.

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