
Ao andarmos pelas ruas e ouvirmos os açorianos a mensagem de desilusão com a solução governativa de direita liderada por José Manuel Bolieiro, Artur Lima e Paulo Estevão é evidente. São repetidas expressões como “não respeitaram o meu voto” – é preciso não esquecer que o PS foi o vencedor das últimas regionais –, “quiseram o poder, mas nem aguentaram até ao fim”, “falam, falam, mas está tudo igual ou pior” ou mesmo “só faltava agora ainda vir o CHEGA”. As sondagens das entidades legais podem revelar empate técnico PSD/CDS/PPM e PS, mas a voz do povo claramente tem vindo a reprovar a coligação.
A pouquíssimo tempo de os açorianos se dirigirem às urnas para eleger a maioria parlamentar para a próxima legislatura e o próximo Presidente do Governo dos Açores há uma mensagem, que por muito que aborreça a coligação PSD/CDS/PPM, é clara: José Manuel Bolieiro já afirmou publicamente estar disponível a negociar com o CHEGA, se assim for necessário, e não confirmou que não vai dar funções governativas a esse partido. Sabendo que a coligação individualmente – sem o CHEGA, entenda-se – tem sido reprovada pelos açorianos por não ter conseguido apresentar uma alternativa estável pode prever-se que não conseguirá mais do que uma maioria relativa. Ora, não há grandes dúvidas de que se os açorianos optarem pela direita no próximo domingo passaremos a contar com um governo PSD/CDS/PPM + CHEGA e com uma solução ainda mais estável e menos duradoura do que a dos últimos três anos.
A escolha está, portanto, entre duas soluções governativas distintas, uma mega coligação de direita ou um único partido à esquerda, que é o PS. Com uma diferença, uma vitória de “poucochinho” à direita permitirá manter o poder mesmo que com base num acordo e projeto instáveis. Já para que o PS, liderado por Vasco Cordeiro, possa implementar um projeto alternativo estável e de confiança – como sempre o fez enquanto governou a região e como o que a apresenta para os próximos quatro anos – é necessária uma clara vitória no próximo domingo.
Os projetos estão apresentados aos açorianos e os partidos/coligações já disseram ao que vêm. Oxalá o povo decida sem equívocos. Os açorianos merecem uma região com rumo com rumo, estabilidade e futuro.
Rodrigo Pereira
Membro da Comissão Regional da PS/Açores
