A Associação Para a Proteção Ambiental dos Açores (APPAA) apelou quinta-feira, através de comunicado dirigido aos órgãos de comunicação social, aos novos eleitos ao parlamento regional dos Açores, no sufrágio eleitoral do próximo dia 04 de fevereiro, que sejam atuantes na promoção e defesa do meio ambiente,

De acordo com a APPAA, as eleições para a ALRA – Assembleia Legislativa Regional dos Açores ocorrem numa época em que os cidadãos açorianos são confrontados diretamente pelas consequências das alterações climáticas. Desde o final do verão passado, a região já foi atingida por cerca de uma dezena de temporais, que causaram prejuízos de milhões de euros e puseram em causa a segurança das pessoas, dos seus bens e dos equipamentos públicos.

A APPAA defende a Promoção da Educação Ambiental, não apenas nas escolas, mas para todos de modo que sejam atuantes na defesa do ambiente.

A Promoção do Bem-estar, da segurança e da defesa dos bens comuns e individuais depende das atitudes individuais e da escolha das prioridades pelos decisores que vão ser eleitos.

A APPAA defende que a Proteção Ambiental deve exigir medidas de prevenção às ameaças cada vez mais frequentes e intensas das tempestades e o reordenamento do território. Quer na frente marítima, quer nas linhas de água, os erros cometidos não podem ser corrigidos com novas obras públicas que, também elas, ficam sujeitas a ser destruídas pelos temporais subsequentes. As construções afetadas ou ameaçadas deverão ser substituídas por outras em local apropriado e seguro. Este será o processo mais eficaz para evitar desastres futuros, causados pela força do mar ou pelas enxurradas.

É necessário entendimento entre os decisores políticos para que seja dada prioridade às questões ambientais, tendo em conta a experiência e os conhecimentos, particularmente dos investigadores, cientistas e técnicos que as estudam, de acordo com os dados recolhidos.

A Proteção Ambiental dos Açores significa a defesa de todo o território (terra, mar e ar) e de todos os que dele dependem para viver. São necessários os meios humanos, técnicos e materiais tanto na administração regional como na local, para que haja uma gestão integrada e transversal em todos os setores de atividade, sobretudo nas áreas da comunicação e da educação (educação ambiental), nas políticas de transportes, energia, consumo e produção de resíduos, turismo, produções agrícolas e industriais, na construção de equipamentos públicos e privados, na investigação científica. Todos estes setores têm que estar coordenados, em todos os níveis, de forma a garantir uma política transversal que garanta a integridade de todo o nosso território.

A Proteção Ambiental dos Açores depende igualmente da defesa e reordenamento das áreas mais sensíveis, alteradas pela ação humana, em terra e no mar, ou invadidas por espécies que se tornam infestantes. É necessário garantir o habitat e o desenvolvimento das espécies nativas, controlando as espécies invasoras que põem em causa o equilíbrio dos ecossistemas e da biodiversidade, marinha e terrestre. Os desequilíbrios causados põem em risco a existência das espécies que garantem, por exemplo, a retenção da água no subsolo, a sua qualidade e evitam a erosão dos solos, impedindo a ocorrência de enxurradas e deslizamentos de terras com consequências trágicas.

A APPAA reafirma os seus objetivos de Promoção e Proteção Ambiental dos Açores, como ONGA recentemente reconhecida, apelando para que as diferenças de opinião não sejam obstáculos para se atingirem aqueles objetivos. Considerando a necessidade de se mobilizarem todos os setores da sociedade, a APPAA garante a sua colaboração com os órgãos do poder regional e local e com as organizações da sociedade que seguem os mesmos objetivos.

Perante a premente necessidade social de alertar e educar, de promover e proteger o ambiente da nossa região, com a consolidação do reconhecimento público e institucional, como associação isenta da influência de todos os poderes e sem dependência de apoios económicos, a APPAA revela-se disponível para debater, dialogar e participar nas iniciativas que tenham objetivos coincidentes com os que são os seus princípios orientadores.

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