
Numa visita à Casa do Animal, terça-feira, na Ribeira Grande, António Lima assinalou a falta de sensibilidade da direita para o bem-estar animal e deu o exemplo da proposta que o governo da coligação levou ao parlamento para tentar reverter o fim do abate de animais nos canis, ao contrário do Bloco de Esquerda que preconiza avanços nas políticas de bem-estar animal nos Açores, como a implementação de campanhas de esterilização gratuitas permanentes.
António Lima realçou o trabalho do Bloco de Esquerda pelo bem-estar animal, lembrando que o partido lutou desde 2016 no parlamento por uma política de “abate zero” nos centros de recolha oficial, para acabar com abate de animais como forma de controlo populacional.
O Bloco defende que, para reduzir o abandono de animais, “o foco tem que estar na prevenção”, por isso, é preciso que existam campanhas permanentes de esterilização gratuita de animais de companhia, assim como programas de captura, esterilização e devolução (CED), no caso dos gatos, para evitar a reprodução descontrolada.
António Lima apontou a falta de sensibilidade do governo nesta matéria: “Colocar nas mãos da coligação e da direita as políticas de bem-estar animal é um perigo”, porque isto pode significar um retrocesso naquilo que já foi alcançado.
O candidato do Bloco de Esquerda às próximas regionais destacou o trabalho voluntário de quem se dedica à causa da proteção dos animais: “É preciso valorizar o trabalho que é feito pelos voluntários e pelas associações, que têm tido grandes dificuldades ao nível do apoio público para a sua atividade, que é uma responsabilidade da Região”.
“O voto no Bloco de Esquerda é fundamental para manter o que foi conseguido ao longo dos anos ao nível do bem-estar animal, mas também para ir mais longe”, resume o coordenador do partido.
“Hoje destacamos o bem-estar animal, mas esta é apenas uma parte de um programa eleitoral vasto que quer fazer diferente, fazer melhor e que não seja a continuação da política da coligação de direita”, disse ainda António Lima, que acrescenta que é o voto no Bloco que “vai garantir melhorias nos serviços públicos, no rendimento das pessoas e nas políticas de habitação”, por exemplo.
Por outro lado, questionado pelos jornalistas sobre a carta assinada por um grupo de órgãos de comunicação social privada dos Açores que alerta para a “situação dramática” vivida pelo sector, António Lima defende o aumento dos apoios aos custos de produção e adianta que o Bloco tem no seu programa eleitoral uma proposta para que todos os jovens dos 15 aos 24 anos tenham acesso à assinatura de um jornal local ou regional à sua escolha.
A medida abrange cerca de 28 mil jovens, o que representa um aumento substancial do número de assinantes de muitos jornais, vai fidelizar novos leitores e ser uma importante fonte de financiamento para os jornais, de forma isenta e objetiva.
“Serão os próprios jovens a decidir que órgão de comunicação social querem receber”, frisa o candidato do Bloco, que considera esta medida “muito importante para dar futuro, criar públicos e garantir uma comunicação social plural, que valoriza o debate político e que é o garante de uma democracia que funciona”.
O Bloco de Esquerda tem já agendado um encontro com os representantes do grupo de órgãos de comunicação social privada dos Açores.
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