
De autoria de Maria Jorge está patente na galeria da Academia de Juventude e das Artes da Ilha Terceira, até 12 de novembro, no âmbito do festival literário, artístico e cultural Outono Vivo 2023, a exposição de pintura denominada “Rostos de Vidas”.
São 18 quadros de acrílico sobre tela que espelham outras tantas vivências, num misto de criatividade sensorial, pautado por um imaginário de vivências que a todos toca e inspira.
Natural da terra dos ovos moles e dos moliceiros, Maria Jorge de Pinho e Melo há muito que reside na ilha Terceira, sendo a pintura uma faceta relativamente recente, fruto das circunstâncias da vida, nomeadamente dos condicionalismos impostos pela pandemia COVID-19, que a levou a reformar-se antecipadamente.
Com muito mais tempo livre, a pintura de retratos revelou-se uma forma interessante, criativa e emocionante de preencher produtivamente todo este tempo de sobra.
Segundo disse ao Praia Expresso, os vários rostos expostos “não são realistas”, mas sim fruto da sua imaginação em relação a um conjunto de retratos que, ou encontrou na internet, ou fotografou nas muitas viagens que fez, sendo que todos estes rostos correspondem a pessoas anónimas, a quem com a suas pinceladas, a artista constrói uma história de vida.
Maria Jorge diz que tem especial “paixão” em pintar rostos “com mais história, mais antigos, mais velhos” — em síntese: “mais vividos”. A artista mostra-se apaixonada em pintar os olhares de todas estas vidas, “umas mais fáceis, outras mais difíceis”.
“Têm aí pessoas mais velhas com olhares felizes, são momentos da história daquelas pessoas que eu idealizo, imagino”, enquadra.
A exposição “Rosto de Vidas” constituiu um duplo desafio para todos aqueles que em boa hora a visitarem, na medida em permite, por um lado, perceber as vivências que o imaginário da artista tentou representar e, por outro, quais as histórias de vida que cada um daqueles rostos desperta em cada um de nós.
“Eu gostava que as pessoas olhassem para as [pessoas] que aqui estão e também conseguissem construir o imaginário das vidas daquelas pessoas que eu quis fazer. Portanto, é uma criatividade para mim e também para as outras pessoas que poderão vir aqui ver”, remata Maria Jorge, convidando o público em geral, a visitar por estes dias a galeria da Academia de Juventude.







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