
Em conferência de imprensa esta quarta-feira, 18 de outubro, na Praceta das Artes, em frente ao Auditório do Ramo Grande, os trabalhadores da Cooperativa Praia Cultural (CPC) voltaram a pedir explicações à presidente da Câmara Municipal da Praia da Vitória sobre o despedimento coletivo em curso, assim como, apelaram aos partidos políticos com assento parlamentar para se juntarem à sua luta.

Em concreto, os trabalhadores querem respostas às questões colocadas na última Assembleia Municipal e que segundo dizem, continuam por esclarecer, nomeadamente no que diz respeito aos critérios que presidiram aos despedimentos, já que não se reveem nem no critério da classificação de serviço nem no da antiguidade. O primeiro, porque dizem que é simplesmente inexistente, e o segundo, por existirem pessoas com menos tempo de serviço que não foram confrontadas com esta triste realidade.

A possibilidade de despedimentos na CPC é algo que ensombra estes trabalhadores desde o início do mandato do atual executivo camarário (PSD/CDS-PP), mas só no passado dia 01 de setembro é que o processo começou a efetivar-se, com a comunicação formal, em reunião na Academia da Juventude, com um forte aparato policial do lado de fora, como noticiaram vários órgãos de informação.
Se até lá o processo não for travado, o mesmo só terminará no mês do Natal, pois há um conjunto de trabalhadores que terminam funções no final do presente mês, outro no final de novembro, e ainda um terceiro grupo, no final do mês de dezembro.

Tendo em conta que na última reunião entre os advogados deste trabalhadores e o executivo camarário, ocorrida no dia 26 de setembro, não houve acordo entre as partes para travar o presente processo, os trabalhadores da CPC depositam agora as suas esperanças na iniciativa legislativa do Bloco de Esquerda que será debatida no parlamento regional, apelando aos restantes partidos com assento parlamentar para votarem favoravelmente a mesma.

“Tendo em conta que, esta semana, será debatida no parlamento dos Açores uma proposta que pode impedir o despedimento coletivo que está em curso, apelamos a todos os partidos para que votem favoravelmente a proposta”, apelou Wilson Fagundes, que falava em nome dos restantes colegas e respetivas famílias.
A proposta do Bloco de Esquerda recomenda ao Governo Regional que faça o levantamento das necessidades de trabalhadores na administração pública na Terceira e que se demonstre disponível junto da Câmara Municipal da Praia da Vitória para autorizar a integração dos trabalhadores em risco de despedimento nos serviços da tutela do Governo, através do processo de mobilidade. Com esta proposta o Bloco de Esquerda quer resolver dois problemas: evitar o despedimento de 36 trabalhadores e colmatar a falta de pessoal em diversos serviços públicos.
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