
Para o último trimestre de 2023, os portos açorianos perspetivam receber 58 escalas de navios de cruzeiro, navios esses que vão trazer à Região cerca de 57 mil passageiros e mais de 20 mil tripulantes. Os meses de outubro e novembro antevêem-se como os mais movimentados, com 28 e 19 escalas, respetivamente.
A afluência de navios de cruzeiro ao arquipélago tem início já hoje, dia 25 de setembro, com o ultraluxuoso “Silver Moon” a visitar a Praia da Vitória. Amanhã, ruma a Ponta Delgada, numa dupla escala que resulta de um cruzeiro de 14 dias, com particular enfase nas ilhas atlânticas. Ainda durante a última semana de setembro, regressa aos Açores o também inovador navio de cruzeiros de expedição “Hanseatic Spirit”, onde tem previsto realizar mais duas viagens com escalas em todas as ilhas.
No período em análise, destaque para o facto de dez navios visitarem os Açores pela primeira vez. Neste particular, as estreias do superluxuoso “Scenic Eclipse II”, dos inovadores “Norwegian Viva”, “Norwegian Prima” e do “Odyssey of the Seas”, um dos mais recentes navios da Royal Caribbean, vão centrar atenções nos portos onde são aguardados. Todavia, será importante notar a escala inaugural do “Silver Nova”, agendada para 10 de novembro, protagonizada pelo mais recente navio da frota da ultraluxuosa Silversea Cruises, considerado o primeiro navio de cruzeiro 100% sustentável.
Aquela companhia anunciou que este “Silver Nova”, é o resultado do seu mais recente e inovador projeto de construção. Graças às tecnologias de ponta introduzidas, é o navio de cruzeiro mais sustentável construído até à data, num verdadeiro reflexo do compromisso para com os oceanos, o ambiente e portos por onde navega.
Entre as medidas efetivas em prol da sustentabilidade, destacamos o facto de o “Silver Nova” dispor de um sistema de recuperação de calor residual, que permite ao navio utilizar essa energia nos refrigeradores de absorção e melhorar a eficiência energética global a bordo.
Ao nível do combustível utilizado, no caso o Gás Natural Liquefeito (GNL), é claramente um combustível de queima mais limpa, pois os sistemas de propulsão alimentados a GNL emitem menos CO2 e 97% menos partículas do que o fuelóleo normal utilizado nos navios mais antigos.
Ao nível da eficiência energética, a conceção hidrodinâmica otimizada do casco e da propulsão permite um desempenho mais eficiente no funcionamento global do navio. As células de combustível de hidrogénio complementam a fonte de alimentação principal – até quatro megawatts – sendo a primeira instalação marítima de células de combustível em grande escala para indústria de cruzeiros. Refira-se que o navio está preparado para utilizar o conhecido shorepower, tecnologia que permite desligar os geradores principais, ligar-se ao fornecimento de energia em terra, e reduzir as emissões a zero enquanto se encontrar em porto.
Este navio dispõe ainda de um banco de baterias que permite otimizar o sistema global de energia do navio, poupando muito combustível e evitando a emissão de gases poluentes. O recém-desenvolvido sistema de micro-gaseificação automática (MAGS) reduz o volume de resíduos a bordo, resultando em menores emissões de incineração.
Da concretização destas estimativas, 2023 pode assumir-se como mais um ano de referência para os Açores, com a possibilidade de atingir de novos máximos, o que permite consolidar, ainda mais, a importância da Região nas grandes rotas internacionais dos navios de cruzeiros.
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