TERMINAL DE CARGAS DAS LAJES NÃO SERVE NECESSIDADES, DIZ ARTUR LIMA

O vice-presidente do Governo Regional dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM) disse esta sexta-feira hoje que o terminal de cargas da ilha Terceira, construído pelo anterior executivo (PS) e inaugurado em 2021, não serve as necessidades dos empresários, porque o projeto não foi atualizado.

“Este é um projeto que já tem cerca de 10 a 15 anos. Julgo que o grande problema foi não atualizarem a obra para as exigências dos tempos atuais. A obra tornou-se, de um momento para o outro, pequena para as necessidades da ilha Terceira”, afirmou o vice-presidente do executivo açoriano, Artur Lima, que tutela Aerogare Civil das Lajes.

O governante falava numa audição na Comissão de Economia da Assembleia Legislativa dos Açores, a propósito de um projeto de resolução apresentado pelo CDS-PP (partido que Artur Lima lidera na região).

A iniciativa recomenda que o executivo açoriano “realize uma avaliação do projeto de conceção e construção do novo terminal de cargas da Aerogare Civil das Lajes, do edifício e dos seus equipamentos, identificando os pontos onde não satisfazem os requisitos da função para que foram projetados ou adquiridos e proceda às alterações que considere possíveis e necessárias para corrigir esses erros”.

O novo terminal de cargas da Aerogare Civil das Lajes, na ilha Terceira, foi inaugurado em fevereiro de 2021 pelo atual Governo Regional, que tomou posse em novembro de 2020, mas foi construído pelo anterior executivo.

A obra, iniciada em novembro de 2018 e orçada em 4,6 milhões de euros, tinha um prazo de execução de 540 dias, mas teve várias prorrogações, justificadas com constrangimentos provocados pela pandemia de covid-19.

No entanto, no dia da inauguração, o vice-presidente do executivo açoriano salientou que a infraestrutura já estava cabimentada nos orçamentos da região desde 2006.

Uma semana após a entrada em funcionamento do terminal, o executivo açoriano começou a receber queixas dos utilizadores, adiantou Artur Lima, na audição.

“Logo na semana a seguir se detetou que os correios não podiam funcionar ali, que a balança estava mal colocada e, portanto, quando estavam a pesar um carro, não daria para passar outro carro”, revelou.

O vice-presidente do executivo açoriano disse que será feito um “levantamento exaustivo” dos constrangimentos do terminal de cargas, como propõe o CDS-PP, mas apontou já falhas “de fluxo, de congelação, de capacidade de frio e de circulação”.

Segundo Artur Lima, a direção da aerogare e a secretaria regional dos Transportes, em funções na altura em que obra começou a ser construída, não foram “sensíveis” à necessidade de “fazer alterações ao projeto inicial”.

O governante disse que foi contratado um agente da PSP para “controlar o fluxo de trânsito” e minimizar as “filas de trânsito intermináveis” que se verificavam.

“Também lançámos concursos para a aquisição de dois contentores de 40 pés, um de frio e outro de congelação, porque efetivamente os cinco contentores [do novo edifício] têm menos capacidade do que os dois que lá estavam”, acrescentou.

Artur Lima salientou, no entanto, que houve uma redução de voos e de fluxo de carga, devido à pandemia de covid-19, alertando para a possibilidade de novos constrangimentos neste verão.

“O meu receio é que, com o aumentar do número de voos, a infraestrutura não responda às necessidades da ilha. Isso é claro e evidente. Não sou eu que o digo, são os utilizadores e os comerciantes”, frisou.

O vice-presidente do executivo açoriano disse esperar que a criação de novos circuitos para os dois contentores a adquirir minimizem os constrangimentos existentes.

“Ficou um bocadinho mais operacional, mas não resolve os problemas estruturais de longo prazo”, ressalvou.

© Lusa | Foto: GRA | PE

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