DESEMPREGO NOS AÇORES: DUAS VISÕES DE UMA MESMA REALIDADE

Na sequência da divulgação esta semana, pelo instituto Nacional de Estatística (INE), dos dados relativos ao desemprego nos Açores, no último trimestre de 2021, PS e PSD fazem leituras diferentes daquela que é um única e mesma realidade.

Enquanto o PS, através do deputado Sérgio Ávila, sublinha que em apenas um ano os Açores passaram da taxa mais baixa de desemprego no país para a mais alta, o PSD, através do deputado e presidente dos TSD/Açores, Joaquim Machado, destaca que os Açores registam o número de desempregados inscritos mais baixos dos últimos 12 anos.

De acordo com os dados divulgados pelo INE na sua página internet, hoje consultados pelo Praia Expresso, os Açores apresentam uma taxa de desemprego de 8,2%, enquanto a Madeira e o território continental estão com 6,3%. Já os últimos dados divulgados pela Secretaria Regional da Juventude, Qualificação Profissional e Emprego apontam para 6.349 desempregados inscritos no Centro de Qualificação e Emprego da Região, em dezembro de 2021.

No âmbito do debate de uma proposta do PSD para prolongar os Programas Estagiar, esta quarta-feira, na Assembleia Regional dos Açores, na cidade da Horta, Sérgio Ávila realçou, que “no final de 2020 os Açores tinham a mais baixa taxa de desemprego do país” e, apenas um ano depois, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), “os Açores têm a mais alta taxa de desemprego do país”.

“Temos hoje uma taxa de desemprego que aumentou 50% em relação a um ano atrás, passando de 5,5% para 8,2%, o que faz com que existam hoje mais 3.200 açorianos desempregados e menos 3.300 açorianos empregados do que havia há um ano atrás”, frisou.

Sérgio Ávila rejeitou o descrédito que o secretário regional com a tutela do Emprego deu aos números do INE, realçando que “no passado e até há um ano atrás, o que contava para o PSD e para os outros partidos, era a taxa de desemprego do Instituto Nacional de Estatística”, lamentando que “agora que os números não lhes servem, se refugiem no número de desempregados inscritos nas agências de emprego”.

Sérgio Ávila demonstrou que as alterações metodológicas introduzidas pelo INE em 2020 “não influem nos resultados”, o que se torna visível por “no final de 2020 termos tido uns Açores com a mais baixa taxa de desemprego do país e hoje, passado um ano, termos a taxa de desemprego mais alta do país, exatamente com a mesma metodologia do Instituto Nacional de Estatística”. O parlamentar socialista recordou que “com os Governos Regionais da responsabilidade do Partido Socialista, tínhamos vindo a trilhar um caminho de diminuição do desemprego de ano para ano e agora, o que verificamos, é uma inversão de tendência, com o desemprego a aumentar”.

“Isto entristece-nos, mas, como o PS sempre disse, enquanto houver um desempregado, há um desafio a vencer, porque os desempregados não são números, não são estatísticas, são pessoas”, finalizou o deputado do PS, Sérgio Ávila.

Por outro lado, o presidente dos TSD/Açores e deputado do grupo parlamentar do PSD Açores na Assembleia Regional dos Açores destacou, em nota de imprensa, que o número de desempregados inscritos nos Centros de Emprego da Região atinge o mais baixo valor dos últimos 12 anos. Os indicadores do desemprego de 2021 registam uma taxa inferior à verificada antes da pandemia, segundo dados revelados pelo Instituto Nacional de Estatística.

Em 2021, encontravam-se 6652 desempregados inscritos. Entre 2013 e 2021, assiste-se a uma diminuição do número de inscritos nos Centros de Emprego na ordem de 5941 desempregados.

Para o líder dos trabalhadores social-democratas, Joaquim Machado, “estamos preocupados, porque o desemprego não é só números. É um drama das pessoas, nos quais nos focamos e investimos todas as nossas energias para resolver. O nosso empenho é para que no futuro seja ainda melhor”.

De acordo com indicadores do desemprego de 2021, os Açores registaram no ano transato uma taxa de desemprego de 7,2%, significativamente inferior aos 7,9% registados em 2019, “sem os atuais constrangimentos económicos, mormente os derivados da redução da atividade turística”, aponta Joaquim Machado.

© PS-A/PSD-A | Fotos: PS-A/PSD-A | PE

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