
O Hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada, reforçou o número de camas destinadas a doentes covid-19, uma vez que, das 78 que possui, 58 estão ocupadas, anunciou esta quarta-feira aquela unidade de saúde.
Para isso, o hospital decidiu abrir a enfermaria de Medicina VI a doentes Sars-Cov-2 positivos assintomáticos ou com sintomas ligeiros.
Dados fornecidos à agência Lusa pelo hospital referem que contam atualmente três enfermarias destinadas a doentes com covid-19, além de uma unidade de cuidados intensivos, estando o Serviço de Pediatria também preparado para receber pacientes.
Em declarações à Lusa, a presidente do Conselho de Administração no Hospital do Divino Espírito Santo, Cristina Fraga, recorda que numa primeira fase só havia uma enfermaria para covid-19.
A responsável refere que, “como os recursos humanos são finitos (enfermeiros e assistentes operacionais), foi encerrada a Cirurgia V, tendo as especialidades sido alocadas à Cirurgia IV, aberta com os recursos humanos da Cirurgia V a Medicina VI”.
A presidente do Conselho de Administração admite que a covid-19 pode condicionar as metas do hospital em termos de combate às listas de espera para cirurgia e consulta, a curto prazo, mas ressalva que, “dentro de pouco tempo, esta situação também vai regredir e aumenta-se a produção assistencial e adicional de recuperação das listas de espera”.
Cristina Fraga anunciou que para combater o défice de médicos (são 360 atualmente) vão ser abertas 62 vagas, já viabilizadas pela tutela da Secretaria Regional da Saúde e Desporto, em diferentes especialidades.
Quanto a enfermeiros, no ano passado foram abertos concursos para a contratação de 60 daqueles profissionais, tendo concorrido 80, mas só 46 assinaram contrato.
De acordo com o hospital, seria necessário contratar mais 156 enfermeiros para “cumprir as dotações seguras preconizadas pela Ordem dos Enfermeiros e garantir a substituição dos enfermeiros com ausências prolongadas e o gozo imediato de todos os descansos devidos pelos enfermeiros da instituição, nomeadamente gozo de feriados acumulados, tolerâncias, folgas de compensação por prevenção, entre outros”.
A responsável pelo Hospital do Divino Espírito Santo aponta como especialidades mais afetadas pela falta de médicos a medicina interna, a cirurgia e os cuidados intensivos.
Vão ser abertas seis vagas para a medicina interna, igual número nos cuidados intensivos e na anestesiologia, indicou Cristina Fraga.
Questionada sobre o recente ataque informático ao Hospital do Divino Espírito Santo, a presidente refere que “não se está a 100% mas vai-se estar a 200% com as novas inovações que vão ser implementadas e que não foram possíveis de realizar o ano passado”.
“Nós temos um projeto, o MUSA, um modelo único de saúde nos Açores, que queremos implementar com o nosso parceiro, a Glint, que trará uma grande inovação a esta instituição”, declarou Cristina Fraga.
O número total de óbitos no hospital de Ponta Delgada, devido à covid-19, em 2022, foi de 15 utentes, valor calculado à data de terça-feira, pelo hospital.
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