
O secretário-geral do PS apresentou a vitória socialista no dia 30 como garantia de estabilidade ao país, apontando a coligação do Governo regional açoriano como “vacina” para impedir “uma vitória de toda a direita, incluindo da extrema-direita”.
“Estando aqui nos Açores, quero recordar que, quando o PS não tem maioria, apesar de ter ganho, no dia seguinte acordam com um governo de toda a direita unida e nem sequer a extrema-direita do Chega ficou de fora do acordo parlamentar que viabilizou o Governo [Regional dos Açores] do PSD”, afirmou António Costa, no passado domingo, num discurso em Vila Franca do Campo, na apresentação dos candidatos do PS pelo círculo eleitoral dos Açores.
O líder do PS espera que a experiência das eleições regionais de 2020 nos Açores “tenha sido uma vacina para todo o país”, de modo a que “todo o país se mobilize para uma vitória do PS” que impeça “uma vitória de toda a direita, incluindo da extrema-direita, do Chega” nas legislativas antecipadas de dia 30.
”Portugal precisa de estabilidade e os portugueses merecem tranquilidade. Que ninguém deixe de votar, para garantir a estabilidade de que o país necessita e a maioria do PS para ter estabilidade durante quatro anos”, defendeu.
“Só votando é que garantimos estabilidade e a maioria do PS, sem a qual não há estabilidade no país. Todos às urnas para uma grande vitória e para uma maioria do PS”, frisou.
Com o primeiro dia de campanha eleitoral oficial passado nos Açores e no concelho que, em 2019, foi o mais abstencionista do país, António Costa apelou ao voto com o exemplo das eleições legislativas regionais de 2020, que retiraram ao PS o poder nos Açores após mais de 20 anos de maioria.
Naquele sufrágio, o PS perdeu a maioria absoluta, elegendo 25 dos 57 deputados do parlamento açoriano, e o PSD subiu ao poder, após uma coligação com o CDS-PP e o PPM, além de acordos parlamentares com o Chega e a Iniciativa Liberal.
Sem mencionar o nome do líder do PSD, Costa não deixou de acompanhar as críticas do líder do PS/Açores, Vasco Cordeiro, sobre a ausência prevista de Rui Rio na região autónoma durante a presente campanha eleitoral.
“Para quem quer ser primeiro-ministro de todos os portugueses e portuguesas, não é possível uma campanha nacional para a Assembleia da República que não venha aos Açores. Os Açores são Portugal e fazem de Portugal um país atlântico”, alertou Costa.
Antes, Vasco Cordeiro, líder do PS/Açores, disse não ter razão “para esconder o candidato socialista a primeiro-ministro”.
Manifestou não ter surpresa pela “omissão de Rui Rio” nos Açores, pois “noutras eleições disse que os Açores não eram fortuna nenhuma [em termos de votos]”.
Os Açores elegem cinco deputados para a Assembleia da República, sendo que nas últimas legislativas três foram eleitos pelo PS e dois pelo PSD, que no dia 30 se apresenta a votos pelo círculo eleitoral açoriano em coligação com o CDS-PP e o PPM.
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