Mãe, podia fazer-te um poema, como fiz nos anos anteriores! Hoje decidi escrever-te uma carta, tal como fazia quando estive no Ultramar! Agora não necessito de usar os “aerogramas” porque as novas tecnologias são capazes de tudo… Se preciso, dispensam o habitual carteiro e são levadas pelo próprio vento!

Sei que estás no céu, pelo que fizeste na vida, Pelo amor que deste à tua família, por teres sido a mãe que foste! ❤

Farias anos a oito de Dezembro! Precisamente no dia, em que antigamente era celebrado o chamado dia da mãe! Por algum tempo, senti pena dessa mudança, mas hoje já não me importo, porque dia da mãe é todos os dias! Se não escolhias dia para cuidares de mim… para que havia eu agora de escolher data para te lembrar! Para além disso, se repararmos bem, cada país faz a sua escolha, consoante as suas memórias, ou a sua própria história! Portugal escolheu Maio, mês em que se celebra o aparecimento da nossa mãe do céu aos Pastorinhos! Fizeram bem, pois lembrar Fátima, é lembrar todas as mães que possam estar junto Dela!

Gostarias de saber se estou bem? Pois como posso dizer que não, se tenho tanta gente pior à minha volta!😧 Estamos neste momento lutando contra uma terrível pandemia que está destruindo a vida de milhares de pessoas em Portugal e milhões em todo o Mundo! Mas olha, descansa que, como diz a tua bisneta Leonor, “tudo vai ficar bem!”

A carta já está ficando longa e decerto alguma lágrima que me cai, já te está caindo também… Por isso te digo que por hoje é tudo! Muitos beijinhos e qualquer dia a gente se vê! Se puderes, reserva-me um lugar perto de ti… Como adoraria sentar-me um dia à mesa do céu com toda a minha família mais chegada!!♥

Teu filho, Fernando.

Fernando Mendonça
(*) Por opção, o autor rejeita o AO90.