
Nesta estrada, hoje de alcatrão, antigamente estreita e de terra batida, existiam cerca de uma dúzia de casas, a que lhe podíamos chamar, de uma pequena aldeia! De todas elas, apenas duas resistiram ao tempo, mantendo-se de pé! Esta que vos mostro a baixo e, que vou tentando manter no ar… Outra um pouco mais adiante, cujo dono tal como eu, a vai também conservando com algum custo!

Precisamente onde está hoje este palheiro, havia uma entrada, seguida de um longo corredor, que ligava até à beira da rocha. Aí, desciam-se cerca de cem degraus tratados com gosto, até atingir o local em que estavam as pias de lavar, onde as habitantes da chamada aldeia, iam lavar as suas roupas, porque a água das cisternas tinha de ser poupada para outras necessidades! Era assim a vida dura daquelas mulheres do campo, que caminhavam um ou mais quilómetros de cestas à cabeça, a fim de cuidarem das suas roupas!
Nesta casa, ainda conheci as últimas gerações que lá habitaram! Gente simples, humilde, vivendo do trabalho diário, anoitecendo à luz da vela, ou do candeeiro a petróleo… mas acordando de sorriso nos lábios, com os raios do sol nascente, que lhes entrava pelas janelas!
Memórias que se vão apagando com o tempo, assim como se apagaram os degraus do Zembral e as pias de lavar! Apenas esta e a do meu vizinho se mantêm de pé, olhando com tristeza para as restantes, que não resistiram às intempéries da vida!
Quem sabe, só por enquanto os seus donos permanecerem também de pé…
Pena que se faça um roteiro turístico entre a Cidade e a Base das Lajes, passando pelo Caminho do Facho, visitando os miradouros, mas não se faça memória desta pequena aldeia, do Passo Zembral e da sua história!
Fernando Mendonça*
(*) Por opção, o autor rejeita o AO90.

Olá Fernando Mendonça, minha avó é de origem do Caminho do Facho e veio para o Brasil no ano de 1860. Podemos nos conhecer? Meu email é agamchaim@gmail.com