
Tinha eu dezassete anos, quando me foi oferecido por um amigo, um livro com o título: Jovem de carácter, escrito pelo Dr. Tihamér Toth “Educação da Juventude”
Dizia então o autor: “Ter carácter é ser alguém. O homem de carácter, qualquer que seja o lugar que ocupe na sociedade, é sempre um valor real. O que falta à sociedade moderna, são homens de carácter!”
Ser-se senhor da sua vontade e escravo da sua consciência, é ser-se de carácter nobre, é dito mais adiante!
Este livro foi escrito nos anos sessenta! E já se dizia que o que faltava à sociedade moderna eram homens de carácter!… Tinha razão o autor em estar preocupado com o futuro da nossa sociedade que, como podemos olhar à nossa volta, está na verdade muito reduzida desse valor!… Falta de respeito pelos mais velhos, entre pais e filhos, professores e alunos, ou mesmo nos próprios casais que, se esqueceram de um dos princípios do carácter, que é a tolerância!
Ter carácter é ser alguém! Ser um valor real na sociedade! Que faz a minha geração, a dos nossos filhos, para que as gerações vindouras, sejam “escravas da sua consciência” e não de todos os meios ao seu alcance, mesmo que tenham de pisar os que os rodeiam? Privam-se os pais dos seus hábitos ou vícios… para poderem acompanhar os seus filhos, no seu desenvolvimento intelectual, mas sobretudo na construção do seu carácter? Ou concedem-lhes uma liberdade descontrolada, para que não possam perder a deles… Uma sociedade sem homens de carácter, sem consciência humanitária, construída no egoísmo e na intolerância, será uma sociedade sem futuro! Tenham juízo!!!
Fernando Mendonça*
(*) Por opção, o autor rejeita o AO90.
