
A autarquia da Praia da Vitória, preocupada com a sustentabilidade ambiental e saúde pública, irá eliminar no próximo ano, o uso do herbicida glifosato em espaços urbanos e rurais.
O Município da Praia da Vitória vai terminar com o uso de glifosato, usualmente utilizado no combate a ervas daninhas presentes nos espaços públicos. O intuito é, durante o próximo ano, reduzir os eventuais riscos ambientais e de saúde inerentes à sua utilização.
Pretende-se que este herbicida seja substituído por outro igualmente eficaz e com capacidade para garantir a manutenção dos locais verdes afetos ao concelho.
Segundo Raquel Borges, vereadora com competência delegada, “o executivo municipal determinou o fim do uso do herbicida glifosato considerando que persistem algumas preocupações sobre os seus efeitos no ser humano e no meio ambiente. Neste sentido, iniciamos já no próximo ano a manutenção dos espaços públicos na cidade e freguesias sem este herbicida”.
“Trata-se de uma medida de grande alcance geracional, que se insere na estratégia de preservação ambiental em concretização, e na qual se integraram as ações executadas nas Festas da Praia, as ações desenvolvidas pela Praia Ambiente e outras que iremos apresentando nos próximos tempos”, adianta a autarca.
“Esta medida parte de um princípio preventivo, e apesar de as opiniões sobre a toxicidade do glifosato serem diversas, achamos que é de todo positivo acabar com a sua utilização e criar hábitos de prevenção no que concerne à utilização destas matérias”, acrescenta a responsável municipal.
“É importante termos em atenção a qualidade de vida da população, algo que está intrinsecamente ligado à sustentabilidade ambiental. Deste modo, mantemos a nossa aposta no reforço do bem-estar de quem frequenta e vive na Praia da Vitória”, refere.
A ação está integrada num conjunto de medidas com vista à manutenção da segurança da comunidade.
GLIFOSATO
O glifosato é um herbicida sistêmico de amplo espectro e dessecante de culturas, composto de organofosforado, especificamente um fosfonato. É usado para matar ervas daninhas. Foi descoberto por volta de 1970 pelo químico estadunidense John E. Franz da empresa multinacional de agricultura e biotecnologia propriedade da Bayer, Monsanto, lançado e registado no mercado, em 1974, sob o nome “Roundup”.
Em março de 2015, a Agência Internacional de Pesquisas em Cancer (IARC), da Organização Mundial da Saúde (OMS), classificou o glifosato como “provavelmente cancerígeno em humanos” (Categoria 2A) com base em estudos epidemiológicos, estudos em animais e estudos in vitro.
No ano seguinte, em maio de 2016, o Encontro sobre Resíduo de Pesticidas, promovido pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e pela Organização Mundial da Saúde, concluiu “ser pouco provável que o glifosato constitua um risco cancerígeno para os seres humanos em exposição através da dieta”, mesmo em doses tão altas quanto 2.000 mg/kg de massa corporal por via oral.
Em novembro de 2017, os países da União Europeia votaram pela renovação da licença do glifosato, apesar das campanhas ambientalista e de saúde contra a substância.
GC-MPV/PE
